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    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 6 - The Smiths - "The Queen is Dead" (1986)

    en-usJune 19, 2009
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    The Queen is Dead, lançado em junho de 1986, é considerado pela maioria dos fãs dos Smiths como o melhor álbum da (curta) carreira deste grupo, e que consolidou de maneira inquestionável o sucesso da parceria entre Steven Patrick Morrissey e Johnny Marr, apesar do contexto de situações adversas que mais tarde contribuiriam para seu fim. Marr estava tendo problemas por beber demais, havia desentendimentos entre a produtora Rough Trade e o grupo (o que fez com que o lançamento do álbum fosse adiado por quase oito meses), Andy Rourke havia sido dispensado por problemas com heroína (substituído temporariamente por Craig Gannon) e Morrissey vinha sendo interpretado por seus críticos como cada vez mais "egocêntrico e mal-humorado", provavelmente por sua conhecida aversão a videoclipes e entrevistas. A capa do disco é uma foto de 1964 de Alan Delon em tom monocromático (uma característica que se pode conferir em outros trabalhos do grupo), na qual o ator francês parece estar morto. De algum modo, ela combina com o tom depressivo e ao mesmo tempo dançante das músicas, cujas letras não só abordam tristeza, solidão e dificuldades sobre a vida como também ironias e críticas à sociedade britânica e à igreja, brilhantemente interpretadas pela voz incomparável de Morrissey e arranjos criativos e muito bem elaborados de Marr, acompanhados pelas atuações precisas de Andy Rourke (baixo) e Mike Joyce (bateria). Em The Queen is Dead, Morrissey critica ferozmente a família real britânica, insinuando sua omissão e distanciamento quanto aos problemas que a sociedade vivenciava e traduzindo a solidão de uma juventude sem perspectivas através da frase "Life is very long, when you’re lonely". Sobre Frankly, Mr. Shrankly, que possui uma sonoridade mais pop e descomprometida, comenta-se que sua letra foi inspirada nas divergências entre os Smiths e a Rough Trade. Há alguma referência também sobre o mal-estar causado por não fazer o que se realmente gosta. I Know It’s Over tem como tema o suposto fim de uma relação, numa abordagem triste, porém incrivelmente bela. As conseqüências de uma frustração parecem realmente ir de encontro ao que qualquer um de nós já deve ter visto – ou mesmo vivido – algum dia, e nos ensinam que "It’s so easy to laugh/It’s so easy to hate/(but) It takes strenght to be gentle and kind". FICHA "The Smiths - The Queen is Dead " Data de Lançamento: junho de 1986 10 faixas, 37 minutos, aproximadamente Faixa a Faixa: 01 The Queen is Dead - 6:24 02 Frankly, Mr. Shankly - 2:19 03 I Know It's Over - 5:49 04 Never Had No One Ever - 3:37 05 Cemetary Gates - 3:37 06 Bigmouth Strikes Again - 2:41 07 The Boy With The Thorn In His Side - 3:17 08 Vicar In A Tutu - 4:14 09 There Is A Light That Never Goes Out - 4:03 10 Some Girls Are Bigger Than Others - 3:14 Produzido por: Johnny Marr, Morrissey Engenheiro de Som: Stephen Street Gravadora: Sire Records "Encarte do CD" Never Had No One Ever segue o ritmo mais lento da faixa anterior e fala essencialmente sobre a solidão, porém sobre sua letra repousa um mistério: "I had a really bad dream/It lasted 20 years, 7 months and 27 days". O que teria acontecido com Morrissey? Com o que será que ele teria sonhado? Cemetery Gates é tida como a resposta de Morrissey aos críticos que o acusavam de plagiar textos de autores como Shelagh Delaney e Elisabeth Smart. Oscar Wilde, outro de seus autores preferidos (que eventualmente também era acusado de plágio), estava "ao lado" de Morrissey, razão pela qual este último declarou-se "vencedor" do confronto representado na música entre ele e aqueles que o criticavam. Em Bigmouth Strikes Again, Morrissey insinua que o fato de ele dizer o que pensa é algo tão condenável a ponto de ele não ter mais direito a fazer parte da raça humana – o que logicamente é uma auto-crítica totalmente cínica o sobre o teor de suas letras. Nessa faixa, que segue um ritmo mais acelerado assim como The Queen is Dead, há referências à Joana D’Arc e uma fã dos Smiths que era parcialmente surda e sentia-se constrangida por ter que usar uma prótese auditiva. Quando o single dessa música (que é um dos maiores sucessos dos Smiths até hoje) foi lançado mais tarde, Morrissey usou uma prótese durante os shows em apoio a essa fã. Outro ponto curioso é a voz de fundo que surge durante o refrão, atribuída a uma certa Ann Coates, quando na verdade Ancoates é o local de Manchester onde a banda formou-se, e a voz nada mais é do que a do próprio Morrissey, reproduzida de forma acelerada. Na seqüência, temos The Boy With the Thorn in His Side, outra faixa que tornou-se clássica, e não é difícil perceber a razão disso. A melodia contagiante e a batida pop "aconteceu" nas pistas ao redor do mundo e continua convidando todos a cantar juntos sobre a eventual descrença dos outros em relação a nossos sentimentos, e a busca por uma maneira de vivê-los plenamente – "And when you want to live/How do you start?/Where do you go?/Who do you need to know?". Vicar in a Tutu, um rockabilly com sonoridade um tanto engraçada, não poderia deixar de ser uma ironia – e dessa vez o alvo é a igreja. Embora não seja das mais conhecidas, vale a pena resistir à tentação de ir direto à próxima faixa, mesmo porque, assim como Frankly, Mr. Shankly, esta aqui representa um lado mais alegre (porém não muito lembrado) do álbum. E finalmente (porém ainda não acabou!) chegamos a There is a Light That Never Goes Out. Uma emocionante narrativa em primeira pessoa, considerada por muitos fãs a mais bela das canções já escritas, fala sobre alguém que se declara feliz se tivesse a chance de morrer ao lado da pessoa que ama e a quem confia plenamente seu destino. Mais um hit imperdível que sem dúvida muitos apaixonados por aí já dedicaram a alguém, traz em seu título e ao fim da música a mensagem mais lembrada pelos fãs que encontraram compreensão e alento nas músicas dos Smiths em meio à melancolia, solidão e falta de perspectivas – a de uma Luz que nunca se apaga. O álbum encerra-se com Some Girls Are Bigger Than Others, que embora apresente uma letra simples, dá margem a diversas interpretações pelos fãs por sua suposta “ambigüidade” – algo até comum se considerarmos que qualquer coisa sobre a qual Morrissey cante pareça capaz de estimular seus fãs a buscarem um sentido além daquilo que se mostre óbvio... Considerando todos os álbuns lançados entre 1983 e 1995, The Queen is Dead alcançou a 2.ª posição no UK Chart e a 70.ª no US Chart, resultados notáveis da excelente fase musical de Johnny Marr e de um momento especialmente inspirado de Morrissey, que levaram os Smiths a nos presentear com este trabalho memorável cujas influências são percebidas até mesmo em algumas bandas brasileiras da época, contudo nenhuma delas sequer conseguiu aproximar-se da qualidade desta verdadeira obra-prima dos anos 80, que sempre valerá a pena ser lembrada!

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    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 14 - Buena Vista Social Club - "Buena Vista Social Club" (1997)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 14 - Buena Vista Social Club - "Buena Vista Social Club" (1997)
    Buena Vista Social Club, o vencedor do prêmio Grammy de melhor álbum de world music de 1997 é o disco mais vendido da categoria na história, com mais de oito milhões de álbuns. Produzido pelo grande guitarrista americano Ry Cooder, reuniu um time dos sonhos de veteranos da época de ouro da música cubana, apresentou a um novo público os ritmos de son, bolero e danzón e fez de Ibrahim Ferrer, Rubén González, Eliades Ochoa, Omara Portuondo e Compay Segundo novas estrelas da música internacional. A banda original completa tocou em uma única noite, com ingressos esgotados, no Carnegie Hall em Nova York no dia 1o. de julho de 1998. O show tornou-se o clímax do elogiado documentário dirigido por Wim Wenders, também chamado de Buena Vista Social Club. Segundo o consagrado jornal americano THE NEW YORK TIMES “O show foi mais do que um evento musical. Músicos de Cuba com seus 70, 80 ou 90 anos, alguns vindos da aposentadoria, faziam sua estréia nos Estados Unidos em um teatro como o Carnegie Hall. Com toda a delicadeza agridoce de um bolero, o Buena Vista Social Club celebrava a vitalidade e o virtuosismo de seus músicos e, simultaneamente, o luto pela era que eles personificavam.” Até agora, além das cenas do filme de Wim Wenders, a música daquela memorável noite havia sido ouvida, apenas, pelos felizes espectadores presentes ao grande show. O Buena Vista Social Club nunca fui uma banda regular: os músicos se reuniram por dez dias em um estúdio em Havana para gravar o álbum e logo depois seguiram rumos diversos. Alguns viajaram em turnê com Juan de Marcos González e seus Afro-Cubans All Stars. Outros, como Compay Segundo e Eliades Ochoa, colocaram suas próprias bandas na estrada. Omara Portuondo ocupou-se de sua agenda lotada, assim como o produtor e guitarrista Ry Cooder. Eventualmente, em abril de 1998, estabeleceu-se uma janela nas agendas que possibilitou a reunião de todos em duas noites de performance no Carré Theatre, em Amsterdã. Por causa do enorme sucesso dos shows foi definido o grande show final no mais prestigioso palco da América, o Carnegie Hall de Nova York. Por causa do embargo norte-americano a Cuba, a maioria dos músicos nunca havia visitado os EUA e, muito menos, tocado no Carnegie Hall. A noite foi uma celebração muito maior do que apenas um show de música. “Estar no palco, em qualquer lugar, com aqueles músicos e cantores era um sonho para mim,” lembra Juan Carlos, o lider da banda, “mas o Carnegie Hall era outra coisa. É o melhor do mundo e eu estava muito feliz por estar lá e por ver artistas como Rubén e Ibrahim naquele palco. Isso nunca poderia acontecer. E aconteceu.” Depois daquela noite, era claro que não haveria outro concerto; agendas lotadas mantiveram os artistas viajando e gravando seus projetos pessoais. Além disso, muitos tinham idade avançada o que tornava as coisas ainda mais difíceis. Segundo o Los Angeles Times ‘Quando os músicos finalmente subiram ao palco, o público levantou-se e aplaudiu, e depois explodiu nas primeiras notas de ‘Chan Chan’, exatamente como fãs de rock fazem quando ouvem o maior hit de uma banda.” “Ouvindo às gravações do concerto pela primeira vez em dez anos, estou impressionado com a maravilha que foi o evento,” diz, hoje, Ry Cooder, “Esses são artistas fantásticos, grandes mestres, e eles entraram na música em um nível que não se ouve mais hoje em dia. Foi um encontro real e honesto, e você pode sentir o público sendo levado pela música. Foi como se todos os gênios estivessem fora das lâmpadas.” O álbum, composto de dois cds, traz 16 impecáveis faixas: CD 1 CHAN CHAN (Francisco Repilado) 4:46 DE CAMINO A LA VEREDA (Ibrahim Ferrer) 4:59 EL CUARTO DE TULA (Sergio Siaba) 8:01 LA ENGAÑADORA (Enrique Jorrín) 2:44 BUENA VISTA SOCIAL CLUB (Israel López) 5:59 DOS GARDENIAS (Isolina Carillo) 4:24 QUIZÁS, QUIZÁS (Osvaldo Farres) 3:48 VEINTE AÑOS (María Teresa Vera) 4:07 CD 2 ORGULLECIDA (Eliseo Silveira) 3:23 ¿Y TÚ QUÉ HAS HECHO? (Eusebio Delfín) 3:33 SIBONEY (Ernesto Lecuona) 2:33 MANDINGA (Rodríguez Fiffe) 5:30 ALMENDRA (Abelardito Valdés) 5:49 EL CARRETERO (Guillermo Portabales) 5:39 CANDELA (Faustino Oramas) 7:00 SILENCIO (Rafael Hernández) 5:25 Ficha técnica original: Produzido por Ry Cooder / Produção executiva e adicional Nick Gold / Bandleader Juan de Marcos González / Gravado por Jerry Boys / Mixado por Martin Pradler Músicos em ordem alfabética: Octavio Calderón (trompete), Joachim Cooder (bateria, percussão), Ry Cooder (guitarras/violões), Angel ‘Terry’ Domech (congas), Ibrahim Ferrer (vocais), Roberto García (bongos, sino, güiro), Hugo Garzón (vocais), Juan de Marcos González (bandleader, backing vocals, güiro), Rubén González (piano), Pío Leyva (vocais), Manuel ‘Puntillita’ Licea (vocais), Orlando ‘Cachaíto’ López (baixo), Manuel ‘Guajiro’ Mirabal (trompete), Eliades Ochoa (violão, vocais), Omara Portuondo (vocais), Jesús ‘Aguaje’ Ramos (bandleader para Rubén González, trombone), Salvador Repilado (baixo), Compay Segundo (violão, vocais), Benito Suárez Magana (violão), Barbarito Torres (laoud - alaúde de 12 cordas), Alberto ‘Virgilio’ Valdés (maracas, backing vocals), Amadito Valdés (timbais)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 13 - Black Sabbath - "Black Sabbath" (1970)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 13 - Black Sabbath - "Black Sabbath" (1970)
    O Black Sabbath é uma banda de heavy metal formado no ano de 1968 em Birmingham, Reino Unido. A formação “histórica” é composta por Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria). Posteriormente, houve numerosas mudanças na banda, e Iommi era o único componente fixo. Embora às vezes, são classificados como uma banda de hard rock (Butler define o estilo uma vez blues pesado e distorcido, Black Sabbath são considerados entre os primeiros grupos de heavy metal da história, e também contribuíram muito para o desenvolvimento deste tipo de gênero. De 1970 a 2000, foram vendidos mais de cem milhões de cópias dos álbuns, tornando o Black Sabbath uma das mais bem sucedidas bandas de Heavy Metal, ao lado do Judas Priest, Iron Maiden e Metallica. O embrião do Black Sabbath surgiu no ano de 1966 em Aston, uma localidade de Birmingham, Inglaterra. A história começou quando o guitarrista Anthony “Tony” Iommi e o baterista William “Bill” Ward (ambos do grupo Mithology) leram em uma loja, o anúncio de um cantor que foi à procura de músicos para formar uma banda. O cantor era John “Ozzy” Osbourne que foi um rival de Iommi durante a escola. Iommi e Ward foram para casa de Ozzy e decidiram formar um complexo musical. Osbourne levou ao grupo, outros dois músicos que tinham tocado com ele na banda Rare Breed: os guitarristas Terence “Geezer” Butler e Jimmy Phillips. Mais tarde, Butler assumiu o papel de baixista, e foi também assoldato pelo saxofonista Alan “Aker” Clarke. A banda escolheu o nome inicialmente de Polca Tulk Blues e encurtado depois para Polca Tulk, e começou a construir um repertório, principalmente blues. Mais tarde, Clarke e Phillips saem do grupo e o restante dos membros decidiram alterar a denominação para Earth. A formação exibe em vários locais, tocando covers de Jimi Hendrix, Blue Cheer, Cream e The Beatles, e esculpiu o primeiro demo em 1968. É recolhido algum êxito no espaço de “pubs” britânicos e permitiu que o grupo a fazer o nome no exterior, graças a gerente Jim Simpson. Após um curto período, o nome da banda foi mudado porque havia outro grupo denominado Earth. A escolha do nome, mais tarde, veio à idéia de Butler, um grande fã dos romances de “magia negra” e “terror” de autores como Dennis Wheatley. Butler tinha visto o filme de 1963, Black Sabbath por Mario Bava, e escreveu uma canção que incorpora o título do filme. Isto se tornou o novo nome do grupo. O novo nome é acompanhado por uma transição para um novo som blues, em primeiro lugar com elementos do folk e, em seguida, com cada vez mais fortes e tons escuros até que uma nova solução para a qual o grupo tornou famosa e teria sido numerada para muitos críticos, como os principais pioneiros do heavy metal. O primeiro registro que a banda assinou foi com a Fontana Records e, mais tarde, com o Vertigo. No dia 13 de fevereiro de 1970, foi publicado o álbum de estréia da banda, intitulado simplesmente de Black Sabbath. Este foi o primeiro álbum do Black Sabbath, lançado em 1969, conquistando fãs por todo o Reino Unido. São oito faixas que apresentam a lendária formação original, com Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, os pioneiros de um estilo que influenciou inúmeras bandas nos anos 70 e 80. Tido como — com o perdão da ironia — o evangelho do que mais tarde se denominaria como heavy metal, o primeiro disco do Black Sabbath foi e é o que todo álbum clássico pode e deve ser, inovador, arrojado e muito a frente do seu tempo, que ainda cheirava à riponguice hippie em seus estertores. Por isso, para a época em que veio à luz (uma sexta feira 13 de janeiro de 1970!) ele pareceu macabro demais, sombrio ao extremo, muito diferente do que se produzia em matéria de rock e blues tradicional. O que impressiona no debut da banda de Ozzy Osbourne é que a despeito da sincronia dos músicos, principalmente o trabalho singular da guitarra de Tony Iommi e o formato escorreito dos arranjos é que o álbum foi produzido numa progressão fulminante, sete faixas pouco mais de doze horas, que complementaram duas músicas gravadas no período em que ela recém mudara o seu nome apenas cinco meses antes para definitivamente gravar o primeiro trabalho, Black Sabbath e Evil Woman. Fora o resultado sonoro, anda surpreende a incrível temática obscura e as imagens oníricas e dionisíacas e aterrorizantes das letras, de pesadelos e delírios de terrores noturnos, guerra, prosopoéias de sóis gelados e brilhos frios, um sonhador mago silencioso espargindo alegria entre as pessoas enquanto ele passa; uma mulher demoníaca se move como um açoite, a estrela da manhã oferece o pélago de seu amor, a aldeia dorme, os galos cantam, a brisa suave singra suavemente por entre os galhos das árvores enquanto Satã apenas ri. Tenha medo. Origem: Inglaterra Produtor: Rodger Bain Formação Principal no Disco: Ozzy Osbourne – Tony Iommi – Geezer Butler – Bill Ward Estilo: Heavy Metal Relacionados: Deep Purple; Led Zeppelin; Judas Priest Melhor Posição na Billboard: 23º Faixas e duração: 1. "Black Sabbath" 6:21 2. "The Wizard" 4:24 3. "Behind the Wall of Sleep" 3:37 4. "N.I.B." 6:07 5. "Evil Woman" 3:35 6. "Sleeping Village" 3:46 7. "Warning" 10:33 8. "Wicked World" 4:43

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 12 - The Carpenters - "Close To You" (1970)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 12 - The Carpenters - "Close To You" (1970)
    The Carpenters – "Close To You" (1970) Origem: Estados Unidos Produtor: Jack Daugherty Formação Principal no Disco: Richard Carpenter e Karen Carpenter Estilo: Pop / Soft Rock Destaque: We’ve Only Just Begun Melhor Posição na Billboard: 2º Músicos de sensibilidade e de formação jazzística desde muito jovens, Richard e Karen Carpenter souberam amalgamar a suavidade e a densidade desse gênero musical com uma linguagem pop, influenciada por artistas como os Beatles. Depois de algumas experiências em conjuntos, pelos anos 60, como o Richard Carpenter Trio e outro, embrião da linguagem musical que eles iam entronizar pelos anos seguintes, o Spectrum, ambos desenvolveram um estilo que chamou a atenção do trompetista Herb Alpert, líder do mítico conjunto tex-mex mariachi boogie-woogie, Tijuana Brass, então um dos donos da gravadora A&M, e até então o artista de maiores vendagens deste selo. A despeito de terem carta branca para gravarem um álbum ao seu estilo, não lograram o êxito esperado. No entanto, nos ensaios para o segundo disco, Alpert sugeriu aos dois uma antiga canção do maestro Burt Bacharach, chamada Close To You. O tema, que chegou a ser gravado por Richard Chamberlain e Dionne Warwick, nem com o próprio Bacharach havia feito o sucesso esperado — com relação a outras músicas do compositor. Mesmo hesitante, Richard aceitou pô-la no próximo compacto. Lançada em maio de 1970, não só virou um sucesso acachapante quanto catapultou a dupla para o mundo, com canções românticas e marcantes, como Only Yesterday e I Need To Be In Love, além de covers de qualidade e muito bom gosto, como Please Mr. Postman (Marvelettes) e There’s a Kind Of Hush (Herman’s Hermits), entre outros. O álbum homônimo, que viria à luz em agosto daquele mesmo ano, mostrava o gênero easy listening, que Karen e Richard transformaram numa avassaladora fórmula de sucesso. E tão insólito quanto o grande êxito inesperado do cover do autor de This Guy’s In Love With You foi o do segundo single do álbum, a linda We’ve Only Just Begun, que originalmente não passava de um jingle de um banco californiano. Lançado no Verão de 70, subiu ao segundo lugar na parada da Billboard junto com Close to You, um verdadeiro fenômeno. Além dessas duas canções, o disco da dupla também trazia canções de Richard do tempo do Spectrum, como Maybe It’s You e versões bem particulares para dois outros temas de Bacharach, Baby It’s You e I’ll Never Fall In Love Again e ainda outra regravação bem peculiar de um antigo sucesso dos quatro cabeludos de Liverpool, Help! Contudo, mesmo soando ligeiramente comercial (e não deveria não deixar de ser) Close To You possui momentos bem experimentais, como uma obscura canção deles, Second Part, exótica e densa, bem diferente dos sucessos de Karen e Richard, e que fecha de forma singular o LP. Faixas: 1.We’ve Only Just Begun 2.Love Is Surrender 3.Maybe It’s You 4.Reason to Believe 5.Help! 6.(They Long to Be) Close to You 7.Baby It’s You 8.I’ll Never Fall in Love Again 9.Crescent Noon 10.Mr. Guder 11.I Kept On Loving You 12.Another Song

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 11 - The Police - Reggatta De Blanc (1979)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 11 - The Police - Reggatta De Blanc (1979)
    O "The Police" é um dos útimos "power" trio dos anos 80, sem nenhum exagero. Aparentemente fazendo um som simples mas com um background violento, usava em seu favor as lacunas que uma formação em trio costumam deixar e incorporava à sua música elementos do reggae, punk e jazz, elaborando assim uma sonoridade inovadora e bem pessoal, que influenciou vários músicos ainda nos anos 80 e se tornou um sucesso explosivo e ícone de sua época. Seus cinco discos são ótimos, na verdade é uma das poucas bandas bem regulares, apesar de pouco mais de 5 anos de atividade. Andy Summers é um dos melhores guitarristas da segunda metade dos anos 70 e anos 80. Já tinha uma grande experiência depois de ter tocado com o Soft Machine (não gravou nada com os caras) e quando ingressou no Police pôde desenvolver e imprimir sua técnica, encontrando os espaços perfeitos para tal. Sting (baixo e vocal) é um baixista mediano, mas bom o suficiente para a proposta da banda, e Stewart Copeland (bateria) havia tocado no Curved Air, um excelente músico. Reggatta De Blanc (1979) é o segundo trabalho do grupo e contém grandes músicas que logo tornaram-se grandes sucessos comerciais, como Message In A Bottle e Walking On The Moon, além das excelentes Contact e No Time This time. Reggatta de Blanc foi o segundo álbum, lançado em 1979, da banda britânica The Police. Nesse álbum fica mais evidente a influência do reggae jamaicano em fusão com o punk rock e a new wave, inclusive no próprio título. Reggatta de Blanc significa Reggae de branco. Faixas: "Message In A Bottle" (Sting) "Reggatta De Blanc" (Copeland/Sting/Summers) "It's Alright For You" (Copeland/Sting) "Bring On The Night" (Sting) "Deathwish" (Sting/Copeland/Summers) "On Any Other Day" (Copeland) "The Bed's Too Big Without You" (Sting) "Contact" (Copeland) "Does Everyone Stare" (Copeland) "No Time This Time" (Sting)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 10 - Supertramp - Crime of the Century (1974)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 10 - Supertramp - Crime of the Century (1974)
    Lançado em 1974, o disco apresenta melodia e técnica em todas as faixas. Um rock progressivo BEM diferente dos convencionais da época e BEM diferente do som comercial que a banda proporcionou na década seguinte. School começa com a harmônica do grande Richard Davies, a ´voz´ do conjunto, que ataca e muito bem com os seus teclados alucinados. O solo de piano desta primeira canção é empolgante, com o guitarrista Roger Hodgson mandando ver no solo de piano (ele fazia as vezes da guitarra e do clássico instrumento). Há um tempero especial nesta canção, que prepara terreno para a consagrada Bloody Well Right, com levadas de jazz desde o início. Tanto que o saxofone magistralmente tocado por John Anthony Helliwell entra em sintonia com todos os instrumentos. Um cidadão como esse é uma mão na roda, uma vez que ele tocava tudo o que tivesse paleta de sopro, desde o sax até clarinetes. O riff de guitarra é bem pesado, mas não entra em atrito com a melodia jazzística da canção. Perfeito até agora, não é? E fica melhor ainda (espero que você esteja acompanhando esta resenha com o CD rodando no seu som), pois Hide In Your Shell é a melhor do disco. Mesma fórmula, mesma competência! Aqui já se justifica a inclusão desde Crime of the Century ao lado de tantas outras bandas. Que refrão magnífico esse! A batida da batera é perfeita e a musica ganha ares especiais. Bob Benberg participa de maneira decisiva para que o brilho de Davies surja mais destacado. É desnecessário falar aqui da importância de Helliwell (ao lado do vocalista/tecladista, a personificação do Supertamp). Precisa falar também que Benberg ataca na percussão nos momentos certos? É o ponto alto mesmo, até mesmo quando a canção chega no minuto final (ai é que a emoção entra mais forte). Asylun começa com Hodson nos pianos, a marca registrada do conjunto. Muito bela esta daqui, muito mesmo. Mas MUITO boa, por que ela vem crescendo até o ´orgasmo´ sonoro dos dois refrões (sim, são dois diferentes, um após o outro). Dougie Thomson é o baixista que segura as pontas, e aqui podemos escutar o pulso forte e firme das suas quatro cordas para que os sintetizadores e tudo mais façam a festa. A próxima música é a também famosa Dreamer (a mais curta do disco, com três minutos e meio). O sucesso radiofônico dessa aqui não a desmereçe em nada. Principalmente pelo dueto entre as vozes que cantam aqui. Um belo trabalho progressivo digno de uma música do Yes, porém mais direto ao assunto. A batera se mostra técnica ao extremo, bem como os teclados (teclados, sintetizadores, etc...). O piano corrido que segue é Rudy. Uma balada (mais uma, não é?) Aqui, o solo de sax a lá dança romântica se mistura com os sons tenebrosos dos sintetizadores. Um clima macabro e delicioso a cada segundo. É bem verdade que tem uma parte na música, lá pelos quatro minutos e meio, que a canção adquire um som bem típico dos anos setenta, mesmo com a onda disco music ainda por vir, mas quem se importa com isso agora? É soberbo escutar a fusão sonora desta pérola, principalmente com o final um pouco dramático. If Everyone Was Listing é mais uma (mais uma?) balada. Que fique bem claro: uma balada progressiva e cheia de virtuosismo com muita criatividade. Cativante mesmo. O clarinete afasta qualquer probabilidade de mesmice na canção com Helliwell, de novo, dando o seu show particular no sopro. Se alguém ainda duvida do poderio musical deste disco, ou mesmo desse quinteto, basta checar o que acontece na última faixa. Intitulada com o nome deste trabalho, Crime of The Century começa bem. Dramático e espacial em sua introdução com o piano, explodindo como bombas quando entram os demais instrumentos para, em seguida, dar prosseguimento ao turbilhão auditivo. Um solo de guitarra, com o já citado pianinho matador mandando ver, em um ritmo cadenciado com a bateria. Meio paranóico e TOTALMENTE minimalístico. Entram teclados com sonoridade de violinos e o saxofone na seqüência .O prazer está garantido aos ouvidos. Como disse antes, o melhor a fazer é escutar este disco. Qualquer tentativa de convencer apenas com palavras será apenas... uma tentativa! Supertramp já está no lugar mais alto do pódio da historia do rock dos anos setenta, queiram alguns ou não. Texto de Aroldo Glomb (27/06/2005)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 9 - The Doors - Doors (1967)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 9 - The Doors - Doors (1967)
    The Doors - Doors (1967) Local: Los Angeles / Data: dezembro de 1967 / Texto: Pablo Aluísio / Nota: Gravado em quatro canais no mês de agosto de 1966, no Sunset Sound Studios #1 (em Hollywood, CA). Lançado oficialmente nos EUA no dia 4 de janeiro de 1967. Produzido por Paul A. Rothchil. Com o estouro de Light My Fire em todo os EUA, o produtor Paul Rothchild, um dos mais conceituados profissionais da Elektra Records, costumava dizer que criou um sucesso em apenas uma semana. E foi isso mesmo. Assim que assinaram com a gravadora, no final de 66, os Doors logo entraram em estúdio e em meros seis dias (com um fim de semana de intervalo) gravaram seu disco de estréia. As músicas escolhidas já faziam parte do repertório que a banda vinha tocando em bares na Califórnia durante um ano inteiro, alternando-se entre composições de autoria própria (apesar de serem todas compostas por Morrison e Krieger, a banda inteira levava o crédito no encarte) e covers (Alabama Song, de Kurt Weill e Bertold Brecht, e Back Door Man, de Willie Dixon). A sonoridade pode ser descrita como um blues urbano e sombrio, misturando influências da música negra e de elementos totalmente novos no mundo da música pop. Sucesso de público (transformou-se logo em disco de ouro) e muito elogiado pela crítica, o álbum se tornou um dos maiores clássicos da história do rock e colocou Jim Morrison e os Doors entre os maiores ícones pop do século. Este é o primeiro disco da carreira dos Doors. O normal é que todo disco de estréia de qualquer grupo seja pouco ousado, em que os músicos ainda estejam procurando seu próprio caminho, em suma o normal é que o disco de estréia seja produto de uma fase de experimentação, de inexperiência. Esqueça isso em relação aos Doors. Que banda de Rock coloca uma música como "The End" logo de cara em seu debut musical? Até os Beatles levaram um tempo para deixar a fase "menudos dos anos 60". Sö evoluíram depois, quando deixaram as "musiquinhas idiotas de amor" (como o próprio Lennon se referia, quando falava da primeira fase do conjunto). Com os Doors isso não aconteceu, eles já começaram detonando meio mundo, colocando por terra qualquer conformismo ou lugar comum melódico. O disco é uma tijolada no cenário rock da época. Um crítico disse que "Gosto dos demais grupos porque entendo o que eles dizem, com os Doors isso não acontece, quem pode entender o que Jim está querendo transmitir?" Pois é, sem dúvida Jim e banda era por demais avançado para a época, e o mais importante eles colocaram as cabecinhas ocas das adolescentes que gritavam pelos Beatles para funcionar! O negócio de Jim era esse: "Pense". Eles surgiram no momento em que os Estados Unidos e o mundo já haviam perdido a inocência. A guerra do Vietnã estava no ar e os Doors eram ouvidos no sudeste asiático pelas tropas americanas aquarteladas no fim do mundo. "Os Doors foram a trilha sonora do Vietnã" disse depois o diretor Oliver Stone. Talvez por isso a guerra tenha ido pelo ralo. Os Doors fazem pensar, o que definitivamente está fora de cogitação para os militares, que querem que seus soldados sejam simples máquinas idiotas de matar. Então o grupo veio e rompeu com tudo, inclusive com a pasmaceira reinante. Em suma, os Doors foram definitivamente (desculpe a referência por demais óbvia) aqueles que arrombaram as portas da caretice e do marasmo musical do final dos anos 60, que trouxeram novos valores ao asséptico mundo WASP dos EUA. Todos se tocaram que a juventude estava agora fazendo amor livre, tomando drogas adoidado (inclusive os milicas no Vietnã) e que os valores dos pais viraram definitivamente "piadas no cinema com suas leis". Os Doors cresceram rápido, até porque eles não teriam tempo! Em apenas cinco anos o grupo jogou para o alto qualquer mesmice musical. Fico imaginando em que grupo eles teriam se transformado se tivessem pelo menos mais 10 anos de carreira pela frente. Teriam tirado os Beatles do trono de "banda mais importante da história do rock" ou teriam se tornados "vovôs ridículos posando de adolescentes imaturos" como os Rolling Stones? Esqueça. Filosofia é para Jim Morrison. Não cometerei nenhuma heresia em um site feito para homenagear "A mais inteligente banda de rock da história", o que já é um respeitável título. Single nas Lojas: Break On Through (To The Other Side) / End Of The Night: Misture filosofia francesa, pitadas de existencialismo, culto à morte, alucinações psicodélicas e o que você tem? Ora, o primeiro single dos Doors, um dos mais revolucionários e transgressores da história do rock americano. Você só tem a noção exata da singularidade deste single se ouvir outras bandas e artistas americanos da época. Tente comparar essa música com The Mamas and The Papas, por exemplo. São dois mundos completamente diferentes, Jim e os caras da banda parecem ter chegado de marte! A distância da essência dos Doors e de outros grupos é abissal. Não dá para comparar. Por isso houve tanto rebuliço nos States. Jim literalmente rompeu com o cenário musical da época e fez algo totalmente novo. Por isso tentar classificar e enquadrar o grupo em alguma tendência é bobagem, simplesmente são únicos, sem ninguém parecido por perto. Jim foi nessas canções o que John Lennon gostaria de ter sido, se tivesse uma formação educacional mais sólida, porque ninguém mistura tantas coisas diferentes e relevantes em um só caldo e se sai bem. Tem que ter embasamento intelectual e isso o rei lagarto tinha de sobra. As músicas? Nem vou comentar, tire suas próprias conclusões. Esse aliás sempre foi o recado por trás das músicas dos Doors: "Pense por si mesmo". Light My Fire / The Crystal Ship: Um dos grandes sucessos da carreira dos Doors, senão o maior. Primeiro houve muita surpresa por parte das rádios americanas pela duração da música. Nos anos 60 uma canção tinha que ter no máximo três minutos e aí chega os Doors e chutam o balde, lançando uma que durava a eternidade (mais de 7 minutos!). Como tocar um troço desses? Mas não teve jeito, eles tiveram que se curvar e colocar a versão completa nos dials. O produtor do grupo ainda fez uma versão menor (abominada por Jim) para que as estações mais comerciais (e mais idiotas) pudessem tocar o sucesso dos Doors. Depois o sacrilégio: Atrás de uma grana fácil os três (fora Jim) venderam os direitos de "Light My Fire" para tocar como jingle no lançamento de um novo carro, o Buick. Jim, é claro, ficou puto da vida e detonou uma TV nos estúdios quando soube! (Essa cena está presente no filme de Oliver Stone). O conjunto estava se tornando justamente aquilo que Jim mais odiava: mero produto descartável da indústria automobilística. Que droga! Bad Trip! Enquanto isso, fora dos estúdios... Nota: A banda The Doors surgiu no verão de 1965, criada por Jim Morrison e Ray Manzarek, que haviam acabado de se formar em cinema pela UCLA. Como reza a lenda, os dois se reencontraram na praia de Venice, em Los Angeles. Jim cantarolou os primeiros versos de Moonlight Drive e Ray, que tocava piano clássico desde a infância, ficou tão impressionado com o que tinha acabado de ouvir que sugeriu que os dois montassem uma banda de rock para ganhar milhões de dólares. E foi mais ou menos isso o que aconteceu a partir daí. O nome The Doors (As Portas) foi tirado de um livro de Aldous Huxley, chamado The Doors of Perception : Heaven and Hell, que por sua vez foi inspirado num trecho de um poema de Willian Blake: "quando as portas da percepção forem purificadas o homem verá as coisas como realmente são, infinitas". Foi combinado então que Jim cantaria as canções enquanto Ray faria o acompanhamento em seu órgão. Apesar de Jim naquela época afirmar que não sabia cantar, desde mais novo era fã de cantores como Frank Sinatra e Elvis Presley. Logo foram incorporados aos Doors os dois irmãos de Ray (que tocavam juntos na banda Rick and the Ravens), uma garota baixista (cujo nome ninguém consegue se lembrar) e o baterista John Densmore, que o tecladista havia conhecido no centro de meditação Maheshi Yoga. Juntos, gravaram uma fita demo no estúdio World Pacific, em setembro de 1965, com as seguintes faixas: Moonlight Drive, Hello, I Love You, Summer's Almost Gone, My Eyes Have Seen You, End of the Night e Go Insane (que mais tarde teve o nome modificado para A Little Game). Todas as faixas podem ser encontradas no The Doors Box Set, lançado em 1997. Talvez doze músicas tenham sido gravadas com essa formação, mas apenas as seis foram aproveitadas e colocadas em um disco de acetato que teve no máximo três cópias. Os irmãos de Ray e a baixista anônima não permaneceram por muito tempo, abrindo espaço para o guitarrista Robby Krieger (que já havia tocado com John na banda de folk Psychodelic Rangers e também freqüentava as aulas de meditação) se juntar ao grupo. Então, já com a formação definitiva, conseguiram um contrato com a Columbia Records que, apesar de dar instrumentos e apoio financeiro aos Doors, não mostrou interesse em pôr a banda no mercado fonográfico. Livres de qualquer contrato, começaram a tocar em um pequeno bar de Sunset Strip chamado London Fog, que se encontrava sempre às moscas. Saindo de lá, se tornaram a banda da casa do prestigiado Whiskey a Go Go, abrindo shows para grandes artistas como Them, Sonny & Cher e Frank Zappa and the Mothers of Invention. A presença de palco de Jim, que antes era exageradamente tímida (chegando ao ponto de cantar virado de costas para o público), já começava a dar sinais do "performer" sensual e confrontador que ele se tornaria mais tarde. E Ray Manzarek, além de tocar órgão com a mão direita, começou a fazer as linhas de baixo com a esquerda em um teclado especial, fazendo a banda não precisar de um baixista convencional. Certa noite, tudo parecia desmoronar. Jim, provavelmente em uma viagem de LSD, incluiu novos versos na canção The End no palco do Whiskey a Go Go. Nela, o vocalista encarnava Édipo e cantava o seguinte: "father, I want to kill you/ mother, I want to fuck you" ("pai, eu quero te matar / mãe, eu quero te foder"). Isso enfureceu o dono do bar, que demitiu os Doors após a apresentação, jurando que eles nunca mais colocariam os pés no Whiskey. Os integrantes da banda ficaram desesperados, achando que a carreira musical do grupo terminaria naquele momento. Foi quando Jack Holzman, presidente de Elektra Records, apareceu dizendo que tinha assistido ao show e gostado muito, propondo a eles um contrato com a gravadora. - O Auge - No final de 1966, foram contratados pela Elektra e em poucos dias gravaram seu disco de estréia, batizado simplesmente de The Doors, que foi lançado na primeira semana de 1967. O sucesso do single Light My Fire (que se tornou o hino daqueles dias conhecidos como "o verão do amor") impulsionou as vendas do álbum, um grande sucesso que se transformou rapidamente em disco de ouro. A crítica também não poupou elogios ao LP, que é até hoje considerado um dos melhores da história do rock. Parecia que aquela mistura de blues e psicodelia havia conquistado América à primeira vista. Com o álbum entre os mais vendidos e um hit no alto das paradas, os Doors logo passaram de banda underground para os queridinhos da mídia e dos adolescentes. Também viraram figura fácil nos programas de TV, incluindo uma participação antológica no The Ed Sullivan Show (onde Jim foi proibido de cantar a palavra "higher", mas ao vivo no ar ignorou a proibição) e foram capa tanto de revistas musicais de prestígio (como a recém criada Rolling Stone) quanto de publicações destinadas ao público jovem. No meio disso tudo, a imprensa considerou os Doors como a resposta americana aos Beatles e aos Rolling Stones. Playlist: 1º bloco: Alabama Song (Whisky Bar) Back Door Man Break on Trough (To the Other Side) 2º bloco: End of the Night I looked at you Light my fire 3º bloco: Soul Kitchen Take it as it comes The Christal Ship Último bloco: The End Twentieth Century Fox

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 8 - Michael Jackson - Thriller (1982)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 8 - Michael Jackson - Thriller (1982)
    Thriller é um álbum lançado por Michael Jackson pela Epic em 1982 que figura no livro Guinness dos Recordes como o mais vendido da história. Até 2006, havia sido adquirido por mais de 104 milhões de pessoas. Sete das nove faixas do álbum chegaram às lojas como compacto, um marco que seria igualado poucas vezes no futuro. Três músicas conquistaram o topo das paradas: "The Girl Is Mine", "Billie Jean" e "Beat It". Também é lembrado pelos videoclipes, considerados "inovadores" para a época. O álbum subiu à primeira posição entre os mais vendidos dos Estados Unidos no dia 21 de fevereiro de 1983 e permaneceu lá por 37 semanas,outro recorde. Ainda foi o primeiro a se estender por mais de um ano entre os mais vendidos do país. O disco conta com contribuições do cantor Paul McCartney, do guitarrista Eddie Van Halen, e do ator norte-americano Vincent Price (1911-1993). Em Thriller, Michael assina a composição de quatro músicas e ainda divide créditos com Rod Temperton pela autoria da faixa-título. Em "Wanna Be Startin' Somethin'" o astro fala sobre a indústria das fofocas; em "Beat It" faz um apelo contra a violência urbana; e na polêmica "Billie Jean" relata a história de um homem acusado falsamente de ser o pai de uma criança - uma história real vivida por Jackson em 1981, quando uma fanática passou a persegui-lo clamando que ele assumisse a paternidade do filho dela. Além de um sucesso de vendas, Thriller foi também um marco na luta contra a discriminação racial na indústria da música. Em março de 1983, o videoclipe de "Billie Jean" estreou na MTV fazendo de Jackson o primeiro negro cuja música ganhou espaço na emissora. Em abril, a WAAF 97.7 FM, de Boston, tornou-se a primeira rádio de rock da história a executar a música de um negro, colocando "Beat It" na grade de programação. Na época, o formato era direcionado a um público essencialmente branco. O feito foi seguido por emissoras similares e "Beat It" alcançou a 14ª posição na lista da Billboard que monitora as músicas mais executadas pelas rádios de rock dos Estados Unidos, algo inédito e que não seria repetido por nenhum outro cantor negro no futuro. O álbum ainda é lembrado pelos videoclipes, considerados "inovadores" para a época. Ao substituir a técnica da colagem de imagens por enredos nos vídeos de "Billie Jean" e "Beat It", o astro acabou criando de um novo conceito de produção. Com a curta-metragem gravada para acompanhar a canção "Thriller", Michael e o diretor John Landis estabeleceram ainda novos horizontes para a concepção dos clipes, que passaram a ser vistos como pequenos filmes. O vídeo tem 14 minutos de duração e foi gravado em película ao custo de 600 mil dólares, elevado para os padrões da época. No Brasil, Thriller é o álbum internacional mais vendido de todos os tempos. Até 2001, tinha interessado a 1.2 milhões de brasileiros. "Billie Jean" foi a segunda canção mais executada nas rádios do país em 1983, atrás somente de "Menina Veneno", do cantor Ritchie. Junto com "Billie Jean", "Beat It", "The Girl Is Mine" e "Thriller" foram os maiores sucessos do álbum no Brasil. Em 1984, quando o disco entrou para o livro Guinness dos Recordes, a Epic publicou na imprensa nacional uma peça de marketing com o anúncio: "Tenha esse LP ou jogue seu toca-discos fora!". Thriller 25 é uma edição comemorativa de 25 anos do álbum Thriller do cantor Michael Jackson, que vendeu em todo mundo cerca de 104,5 milhões de cópias, tornando-se o álbum mais vendido de todos os tempos. A Edição foi lançada aos 12 de fevereiro de 2008, sob o selo da Epic. A tracklisting seguiu a mesma do álbum original e trouxe uma nova capa holográfica, além de Remixes com participações de Fergie, Akon, Will.I.Am e Kanye West. Adicionalmente, a gravadora aposta em Edições Limitadas que, além do conteúdo do novo CD, também traz um DVD reunindo os vídeos musicais da época (restaurados digitalmente) e a histórica performance de Michael Jackson no especial de TV Motown 25: Yesterday, Today, Forever; Michael Jackson, em virtude dessa edição especial de aniversário de Thriller, enviou, através do novo encarte, uma mensagem especial para seus fãs. Além disso, um livreto com 48 páginas coloridas abrigam letras das canções e fotos raras, assinadas por Dick Zimmerman, Matthew Rolston & Harrison Funk. Biografia Michael Joseph Jackson, (29 de agosto de 1958 - 25 de junho de 2009) (Gary, Indiana - EUA), mais conhecido como Michael Jackson tornou-se o maior artista de todos os tempos, pelo Guinness Book. O cantor vendeu mais de 750 milhões de albuns no mundo todo emplacando sucessos desde pequeno. Considerado o Rei do Pop, também foi tido como “o maior revolucionador do videoclipe e da dança”. Com 40 anos de carreira e milhares de fãs, Jackson também foi conhecido por seus escândalos na vida pessoal e por ter sido dono do álbum mais vendido de todos os tempos: Thriller. Cantor, produtor, compositor, ator, empresário e dançarino, se tornou a figura mais talentosa e aclamada da música pop, com videoclipes e performaces muito elogiadas, além de ter batido dezenas de recordes ao decorrer da carreira. Desde pequeno, Michael conquistava o mundo, juntamente com seus irmãos, no grupo The Jackson 5. Ele se tornou vocalista do grupo ao completar 5 anos de idade. The Jackson 5 foi um sucesso entre o final dos anos 60 e durante os anos 70. Ainda nesta década, Michael lançou alguns álbuns paralelos ao grupo, pela gravadora Motown que venderam milhões de cópias: Got To Be There, Ben, Music and Me, entre outros. Em 1979, Michael lançou-se de vez em carreira solo com o álbum Off the Wall que vendeu quase 20 milhões de cópias e se tornou um clássico da Black Music muito aclamado pela crítica, sendo o 1° álbum a emplacar 4 canções no top10 das paradas americanas. Mas foi em 1982 que Michael chegou ao seu auge com Thriller, que se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos, alcançando cerca de 60 milhões de cópias. O cantor virou mania mundial, colocando várias músicas no topo das paradas e revolucionando o mundo da música (sendo o 1° artista a unir o pop com a Black music), dos videoclipes (com Thriller, que criou o conceito atual do videoclipe) e da dança (com a apresentação de Billie Jean e o passo de dança Moonwalk). O sucesso foi tão grande que Michael quebrou todos os preconceitos musicais contra os negros e bateu recordes no Grammy e na Billboard. Em 1985 Michael compôs We Are The World, um hino da solidariedade. Um projeto no qual o objetivo era fazer doações para as crianças africanas. Em 1987, Jackson lançou Bad, seu 3° álbum de estúdio. Foram cerca de 30 milhões de cópias vendidas, nada igual a Thriller, mais uma marca muito consideravel, tornando-se o álbum mais vendido daquela época. Nas paradas, o álbum bateu recordes, colocando 5 músicas direto no 1° lugar (entre elas Bad e The Way You Make Me Feel). Em 1988 Michael lançou em VHS o filme ‘Moonwalker’, outro sucesso de vendas. Em 1991, o novo clipe de Michael, Black or White, estreou simultaneamente em 27 países com uma audiência de 500 milhões de espectadores, uma marca inacreditável. Seu novo álbum, Dangerous, vendeu 32 milhões, superando Bad, além de emplacar vários sucessos. Em 1995, o álbum duplo History chegou as lojas, e foram vendidos 18 milhões de cópias (36 milhões de CDs) além dos vários hits nas rádios, entre eles You Are Not Alone, esta que foi a primeira música a estrear direto no 1° lugar na parada da Billboard. History se tornou o álbum duplo mais vendido do mundo pop. Em 1996, Michael iniciou a HIStory Tour que foi a turnê mais bem sucedida na época, superando as também bem-sucedidas ‘Bad Tour’ (1988) e ‘Dangerous Tour’ (1992), do próprio Jackson. Juntamente com os shows foi lançado um álbum de remixes. Em 2001, após 6 anos sem lançar um álbum, Jackson lançou Invincible que, graças a brigas entre Michael e a gravadora Sony, teve uma baixa divulgação e não obteve o sucesso esperado. Com 8 milhões de cópias vendidas até hoje, sendo 5.5 milhões delas nos 2 primeiros meses, Invincible ainda conseguiu emplacar o hit You Rock My World. Muitas polêmicas giravam em torno de sua vida pessoal. A infância de Jackson foi marcada pelas agressões que ele e seus irmãos recebiam do seu pai Joseph Jackson, mas tarde Michael também passou por problemas de aparência. Na vida adulta, mais problemas: em 1993 o cantor foi acusado de abusar de um menor de 13 anos e, apesar de se declarar-se inocente, pagou uma alta quantia em dinheiro para a família do adolecente, que retirou a acusação. Segundo o cantor, ele queria apenas terminar com aquele pesadelo e seguir sua carreira sem precisar mancha-la ainda mais com problemas. Em 2003 Michael foi acusado novamente pelo mesmo motivo, e, apesar de ter sido muito criticado pela mídia, que criava boatos toda semana, o cantor foi ao julgamento sendo inocentado da acusação. Apesar da absolvição, a imagem do cantor ficou ainda mais suja. Outras polêmicas cercavam a vida de Michael Jackson, como a das diversas plásticas que mudaram o seu rosto e sobre a cor de sua pele, que segundo ele, ficou branca por causa da doença vitiligo. Com 50 anos e 3 filhos, em fevereiro de 2008 Michael lançou Thriller 25th Anniversary, o relançamento do álbum mais vendido do mundo. Em uma nova versão com remixes inéditos e que já vendeu mais de 2,5 milhões de cópias. Em março de 2009 Michael anunciou a volta aos palcos, após quase uma década, para uma série de 50 shows em Londres chamada “This Is It” que iniciaria-se em julho do mesmo ano. Incrivelmente, todos os 1 milhão de ingressos disponíveis foram vendidos em algumas horas, um marco nunca ocorrido antes na história do showbiss. Infelizmente não pode encerrar a série de Shows pois faleceu devido a um ataque cardíaco no dia 25 de junho de 2009. Um novo álbum ainda era esperado pelos fãs para o ano de 2009. No dia 25 de Junho de 2009, poucos dias antes de iniciar a turnê “This Is It”, Michael deu entrada no UCLA Medical Center em Los Angeles, depois de sofrer uma parada cardíaca. Após várias notícias desencontradas, por volta das 18:00 (Horário de Los Angeles) foi anunciada oficialmente a morte do Rei do Pop. Michael Jackson foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua casa, na vizinhança de Holmby Hills, Los Angeles, CA, Estados Unidos. Os serviços de emergência médica socorreram o cantor em sua casa, na tentativa de reanimá-lo. Porém, como Jackson se encontrava em estado de coma profundo, ele foi levado às pressas para o hospital universitário da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Desde sua internação, rumores haviam se espalhado pela imprensa confirmando seu falecimento. Às 2h e 06min UTC-8 de 25 de junho de 2009, o site Los Angeles Times tornou-se um dos primeiros a divulgar a morte do astro. Seu falecimento teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de preocupação por parte dos fãs em muitas partes do mundo. Defronte ao hospital da UCLA, muitos fãs do cantor cercaram o prédio à procura de informações sobre a suposta ‘morte’ de Jackson. Porém, pouco tempo depois da internação de Jackson, sua morte foi absolutamente confirmada, que foi confirmada pelo porta-voz do Instituto Médico Legal de Los Angeles, Fred Corral. Uma posterior análise por peritos e um exame toxicológico serão feitos no corpo do cantor para saber o horário e a razão de sua morte. Após a sua morte, Michael Jackson voltou a bater recordes nunca acontecidos antes, em menos de seis horas, seu nome apareceu no topo das buscas de agregadores de blogs de MP3 (como o Hype Machine), de redes sociais (como a própria Last.fm) e de lojas online (como a Amazon e iTunes). Na Amazon , o rei do pop conseguiu mais um feito espetacular, mesmo depois de morto. Nada menos do que 18 discos entre os mais vendidos da loja eram ou do cantor ou de sua banda com seus irmãos, o Jackson 5. Segundo notícia do Financial Times, nas 24 horas após a morte do pop star a Amazon vendeu um numero de álbuns de Jackson semelhante ao que tinha vendido nos ultimos 11 anos. E a varejista de música HMV diz que os cds do cantor venderam 80 vezes mais. Michael Jackson deixou três filhos, uma legião de fãs orfãos e um patrimônico incalculável para a cultura pop. Além disso é sinônimo de uma época em que o sucesso de um artista era medido em discos vendidos - uma era que metaforicamente morreu junto com ele.

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 7 - Creedence Clearwater Revival - Cosmo's Factory - 1970

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 7 - Creedence Clearwater Revival - Cosmo's Factory - 1970
    Um dos grupos mais respeitados dos anos 60, o Creedence Clearwater Revival teve apenas duas formações: com e sem John C. Fogerty. Sua importância como compositor, guitarrista, arranjador e cantor era tão grande que a banda praticamente desmoronou com sua saída, caindo de produção e passando a viver de shows, apresentando canções da fase em que John Fogerty conduzia as rédeas do grupo que trouxe o bluegrass para o rock. "Cosmos Factory" é um dos mais brilhantes filhos de uma prole gerada por John, seu irmão Tom (guitarra), Doug Clifford (baixo) e Stu Cook (bateria), seqüência de outros três discos fantásticos, "Bayou Country", "Green River" e "Willy And The Poor Boys", além de ser uma prévia do bem sucedido álbum "Pendulum", o último disco do quarteto. "Cosmos Factory" traz regravações de clássicos como "Ooby Dooby" (gravado anteriormente por Roy Orbison), "Before You Accuse Me", "My Baby Left Me" e a mais que antológica "I Heard It Through The Grapevine", um dos maiores sucessos de Marvin Gaye, que se tornaria presença obrigatória em qualquer coletânea sobre o grupo. A idéia de se gravar músicas de outros intérpretes nunca soou estranha para o Creedence, sendo que muitos hits retomaram a parada de sucessos graças aos arranjos renovadores e, digamos, revitalizadores de John Fogerty. Esse caminho foi trilhado por clássicos como "I Put A Spell On You", "Suzie Q" e "Good Golly Miss Molly". O álbum se completava com as composições originais de John: "Ramble Tamble", "Travellin' Band", "Lookin' Out My Back Door", "Run Through The Jungle", "Up Around The Bend", "Long As I Can See The Light" e a música que se tornaria uma das assinaturas do CCR, "Who'll Stop The Rain". Ao contrário de outras bandas contemporâneas, o Creedence não era formado por músicos extremamente talentosos e respeitados dos grandes centros, como New York, Los Angeles ou San Francisco. Eles vieram de San Jose, embebidos nas suas raízes originadas no bluegrass e eram, tecnicamente falando, bem limitados. Se Doug e Stu seguravam a barra apenas decentemente, não se podia esperar mais que isso deles, da mesma maneira que a guitarra de Tom era tímida e contida. A força do Creedence estava centrada nas idéias, vocais, solos e arranjos de John e, acima de tudo isso, no conceito de grupo. O Creedence foi uma daquelas bandas em que a química do conjunto rendia muito mais que a contribuição individual de seus membros. "Cosmo's Factory" foi produzido por John Fogerty e gravado sem muitos canais ou efeitos, com os instrumentos clássicos do rock, sem vocais elaborados, sem participações especiais, mas com uma sinceridade que atraía público e crítica. É um disco que não envelhece e digno de estar em qualquer coletânea dos maiores momentos do rock, como poderiam estar quase todos os trabalhos do Creedence Clearwater Revival. A habilidade do Creedance em fazer trabalhos consistentes se deve, principalmente, ao fato de ensaiarem cinco vezes por semana em um depósito na zona industrial de Berkley. Isso faz com que sua música se torne precisa e seja tocada com perfeição. A ênfase deste disco não é em modernização, mas reproduções autênticas como a de Roy Orbinson em "Ooby Dooby" e, "My Baby Left Me" mostra um estudo profundo na maneira de tocar, tendo um contexto rockabilly. "Travelin' Band" é um atestado de autenticidade mesmo com Forget acrescentando novos líricos na melodia de uma versão modificada de "Reddy Teddy". Ele o faz com um vocal e arranjo que lembram muito Little Richard. Além da adição da guitarra e do vocal de Bo Diddley em "Before You Accuse Me", há ainda uma contribuição de piano blues em um arranjo tradicional. "Who'll Stop The Rain" vem em forma de balada e "Long As I Can See The Light" é uma boa composição, com acompanhamento de saxofone e uma abordagem ao estilo de Otis Redding. "Cosmos Factory" demonstra todo o talento da banda e foi um dos últimos álbuns antes do grupo se separar. Em setembro de 1959, John Fogerty (vocalista e guitarrista), Doug Clifford (bateria) e Stu Cook (baixo) formam The Blue Velvets. Dois meses mais tarde, Tom Fogerty (guitarrista), irmão mais velho de John, entra no grupo como cantor, mudando o nome da banda para Tommy Fogerty and The Blue Velvets. O nome do grupo muda para The Golliwogs em 1964 após eles assinarem contrato com a gravadora Fantasy Records, onde John trabalhava. Nos três anos seguintes alguns singles foram lançados, fazendo grande sucesso local. Em 24 de dezembro de 1967, sob a influência de Saul Zaentez, novo manda-chuva da Fantasy Records, eles decidem então começar com algo totalmente novo, tornando-se profissionais. Começando pelo nome que faria história no mundo do rock: um amigo de Tom chamado Creedence Nuball e um comercial de cerveja (Clear water Beer) serviram de inspiração. A banda vem então com um novo estilo de canção, definido por John Fogerty que como cantor e compositor passou a ser o centro da banda. Em junho de 1968 é lançado o primeiro disco, que leva o nome da banda e já dá ao grupo um disco de ouro. Também foram lançados os singles “Suzie Q” (partes 1 e 2) e “I Put a Spell On You/Walk On the Water”. Em janeiro do ano seguinte é lançado o segundo álbum, Bayou Country, disco de platina. Lançados também o single “Proud Mary/Born on the Bayou”, que além de ganhar disco de ouro lança o grupo para uma carreira mundial de sucesso Em abril, são lançados os singles “Bad Moon Rising/Lodi” e “Green River/Commotion” (do terceiro álbum), ambos recebem disco de ouro. O terceiro disco Green River, também recebe disco de platina O single “Down On the Corner/Fortunate Son” é lançado, quarto disco de ouro… No final do ano é lançado o quarto disco, Willy and The Poorboys, que para variar recebe disco de platina. A banda, logicamente, esteve presente no festival de Woodstock, fazendo grande apresentação. O single “Travellin’ Band/Who’ll Stop the Rain” dá a banda o quinto disco de ouro, lançado em 1970. A banda começa sua primeira turnê pela Europa, fazendo também um enorme sucesso neste continente. O single “Up Around the Bend/Run Tthrough the Jungle” também é disco de ouro. É lançado o disco de maior sucesso da banda, Cosmo’s Factory, que vende mais de três milhões de cópias, disco de platina portanto. O single “Lookin’Out My Back Door/Long as I Can See the Light” é lançado e também é disco de ouro. Playlist do programa e do disco COSMO’S FACTORY: Ramble Tamble Before You Accuse Me Travelin’ Band Ooby Dooby Lookin’ Out My Back Door Run Through the Jungle Up Around the Bend My Baby Left Me Who’ll Stop the Rain I Heard It Through the Grapevine Long as I Can See the Light

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 6 - The Smiths - "The Queen is Dead" (1986)

    1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 6 - The Smiths - "The Queen is Dead" (1986)
    The Queen is Dead, lançado em junho de 1986, é considerado pela maioria dos fãs dos Smiths como o melhor álbum da (curta) carreira deste grupo, e que consolidou de maneira inquestionável o sucesso da parceria entre Steven Patrick Morrissey e Johnny Marr, apesar do contexto de situações adversas que mais tarde contribuiriam para seu fim. Marr estava tendo problemas por beber demais, havia desentendimentos entre a produtora Rough Trade e o grupo (o que fez com que o lançamento do álbum fosse adiado por quase oito meses), Andy Rourke havia sido dispensado por problemas com heroína (substituído temporariamente por Craig Gannon) e Morrissey vinha sendo interpretado por seus críticos como cada vez mais "egocêntrico e mal-humorado", provavelmente por sua conhecida aversão a videoclipes e entrevistas. A capa do disco é uma foto de 1964 de Alan Delon em tom monocromático (uma característica que se pode conferir em outros trabalhos do grupo), na qual o ator francês parece estar morto. De algum modo, ela combina com o tom depressivo e ao mesmo tempo dançante das músicas, cujas letras não só abordam tristeza, solidão e dificuldades sobre a vida como também ironias e críticas à sociedade britânica e à igreja, brilhantemente interpretadas pela voz incomparável de Morrissey e arranjos criativos e muito bem elaborados de Marr, acompanhados pelas atuações precisas de Andy Rourke (baixo) e Mike Joyce (bateria). Em The Queen is Dead, Morrissey critica ferozmente a família real britânica, insinuando sua omissão e distanciamento quanto aos problemas que a sociedade vivenciava e traduzindo a solidão de uma juventude sem perspectivas através da frase "Life is very long, when you’re lonely". Sobre Frankly, Mr. Shrankly, que possui uma sonoridade mais pop e descomprometida, comenta-se que sua letra foi inspirada nas divergências entre os Smiths e a Rough Trade. Há alguma referência também sobre o mal-estar causado por não fazer o que se realmente gosta. I Know It’s Over tem como tema o suposto fim de uma relação, numa abordagem triste, porém incrivelmente bela. As conseqüências de uma frustração parecem realmente ir de encontro ao que qualquer um de nós já deve ter visto – ou mesmo vivido – algum dia, e nos ensinam que "It’s so easy to laugh/It’s so easy to hate/(but) It takes strenght to be gentle and kind". FICHA "The Smiths - The Queen is Dead " Data de Lançamento: junho de 1986 10 faixas, 37 minutos, aproximadamente Faixa a Faixa: 01 The Queen is Dead - 6:24 02 Frankly, Mr. Shankly - 2:19 03 I Know It's Over - 5:49 04 Never Had No One Ever - 3:37 05 Cemetary Gates - 3:37 06 Bigmouth Strikes Again - 2:41 07 The Boy With The Thorn In His Side - 3:17 08 Vicar In A Tutu - 4:14 09 There Is A Light That Never Goes Out - 4:03 10 Some Girls Are Bigger Than Others - 3:14 Produzido por: Johnny Marr, Morrissey Engenheiro de Som: Stephen Street Gravadora: Sire Records "Encarte do CD" Never Had No One Ever segue o ritmo mais lento da faixa anterior e fala essencialmente sobre a solidão, porém sobre sua letra repousa um mistério: "I had a really bad dream/It lasted 20 years, 7 months and 27 days". O que teria acontecido com Morrissey? Com o que será que ele teria sonhado? Cemetery Gates é tida como a resposta de Morrissey aos críticos que o acusavam de plagiar textos de autores como Shelagh Delaney e Elisabeth Smart. Oscar Wilde, outro de seus autores preferidos (que eventualmente também era acusado de plágio), estava "ao lado" de Morrissey, razão pela qual este último declarou-se "vencedor" do confronto representado na música entre ele e aqueles que o criticavam. Em Bigmouth Strikes Again, Morrissey insinua que o fato de ele dizer o que pensa é algo tão condenável a ponto de ele não ter mais direito a fazer parte da raça humana – o que logicamente é uma auto-crítica totalmente cínica o sobre o teor de suas letras. Nessa faixa, que segue um ritmo mais acelerado assim como The Queen is Dead, há referências à Joana D’Arc e uma fã dos Smiths que era parcialmente surda e sentia-se constrangida por ter que usar uma prótese auditiva. Quando o single dessa música (que é um dos maiores sucessos dos Smiths até hoje) foi lançado mais tarde, Morrissey usou uma prótese durante os shows em apoio a essa fã. Outro ponto curioso é a voz de fundo que surge durante o refrão, atribuída a uma certa Ann Coates, quando na verdade Ancoates é o local de Manchester onde a banda formou-se, e a voz nada mais é do que a do próprio Morrissey, reproduzida de forma acelerada. Na seqüência, temos The Boy With the Thorn in His Side, outra faixa que tornou-se clássica, e não é difícil perceber a razão disso. A melodia contagiante e a batida pop "aconteceu" nas pistas ao redor do mundo e continua convidando todos a cantar juntos sobre a eventual descrença dos outros em relação a nossos sentimentos, e a busca por uma maneira de vivê-los plenamente – "And when you want to live/How do you start?/Where do you go?/Who do you need to know?". Vicar in a Tutu, um rockabilly com sonoridade um tanto engraçada, não poderia deixar de ser uma ironia – e dessa vez o alvo é a igreja. Embora não seja das mais conhecidas, vale a pena resistir à tentação de ir direto à próxima faixa, mesmo porque, assim como Frankly, Mr. Shankly, esta aqui representa um lado mais alegre (porém não muito lembrado) do álbum. E finalmente (porém ainda não acabou!) chegamos a There is a Light That Never Goes Out. Uma emocionante narrativa em primeira pessoa, considerada por muitos fãs a mais bela das canções já escritas, fala sobre alguém que se declara feliz se tivesse a chance de morrer ao lado da pessoa que ama e a quem confia plenamente seu destino. Mais um hit imperdível que sem dúvida muitos apaixonados por aí já dedicaram a alguém, traz em seu título e ao fim da música a mensagem mais lembrada pelos fãs que encontraram compreensão e alento nas músicas dos Smiths em meio à melancolia, solidão e falta de perspectivas – a de uma Luz que nunca se apaga. O álbum encerra-se com Some Girls Are Bigger Than Others, que embora apresente uma letra simples, dá margem a diversas interpretações pelos fãs por sua suposta “ambigüidade” – algo até comum se considerarmos que qualquer coisa sobre a qual Morrissey cante pareça capaz de estimular seus fãs a buscarem um sentido além daquilo que se mostre óbvio... Considerando todos os álbuns lançados entre 1983 e 1995, The Queen is Dead alcançou a 2.ª posição no UK Chart e a 70.ª no US Chart, resultados notáveis da excelente fase musical de Johnny Marr e de um momento especialmente inspirado de Morrissey, que levaram os Smiths a nos presentear com este trabalho memorável cujas influências são percebidas até mesmo em algumas bandas brasileiras da época, contudo nenhuma delas sequer conseguiu aproximar-se da qualidade desta verdadeira obra-prima dos anos 80, que sempre valerá a pena ser lembrada!
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