A Felicidade - Sebém
Músico Sebém, um dos protagonistas do género Kuduro criado em Angola
Fotografia: João Gomes Natacha Roberto| - 31 de Dezembro, 2009
Jornal de Angola
No único diário do cotidiano angolano põe-se em causa as verdades do kuduro que circulam no mais incompreendido dos países europeus, um país que acho que tem uma palavra a ser dita em África. La France...
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O kuduro angolano é hoje conhecido na França em toda a França! Em conversas, bares, discotecas e grandes eventos desportivos, a dança do “gueto” marca forte presença nos convívios franceses, onde muitos naturais e emigrantes têm a música como toque telefónico.
Tal como em Angola, “O Comba”, de Bruno M, toca em França. O estilo musical tornou-se tradição nas festas de emigrantes e europeus. Conquistou as cidades francesas, e os cabo-verdianos fazem questão de se reclamarem, nas rádios, como donos desta dança africana.
Didi Barreira, licenciado em informática e promotor de eventos musicais em França, tem sensibilizado a comunidade angolana a acabar com as informações deturpadas por parte dos cabo-verdianos. “Sinto imensa raiva quando vejo cabo-verdianos a assumirem as origens do kuduro e ainda a dançam para convencer aos franceses, que pagam avultadas quantias para ouvir e ver dançar o estilo”, lamentou.
Didi Barreira conta que tudo aconteceu quando os cabo-verdianos começaram a organizar festas e eventos
para todas as comunidades e passaram a introduzir o kuduro. O organizador de festas informa que o kuduro começou a tocar no sul da França, na cidade de Nice, Marselha e mais tarde em Paris.
O estilo passou a ser apreciado pelos franceses e constitui agora uma fonte rentável para os cabo-verdianos, que assumem a sua proveniência.
“Quando o kuduro passa a ser valorizado pelos franceses, os cabo-verdianos incutiram nas mentes das pessoas que a origem da dança nasceu na sua cidade”, referiu. “Para minha revolta, durante a realização do campeonato da 1ª divisão, quando a equipa do Nice jogou em Paris e ganhou, os jogadores começaram a dançar no relvado e, no final, afirmaram aos jornalistas que o kuduro surgiu de Cabo-Verde. Confessa que se sentiu triste e que tudo é responsabilidade dos ilhéus.
Didi Barreira diz ainda que depois o kuduro era emitido na rádio com informações de que predominava nas cidades de Cabo-Verde. “Já cheguei mesmo a ligar para uma rádio que toca música africana, a explica a origem do kuduror, mas eles disseram que é tudo África e que as suas afirmações são feitas em função das declarações dos cabo-verdianos”.
Certo dia, “começámos a levantar a polémica da actual situação que deixa todos os angolanos descontentes”, referiu. Actualmente, passa um vídeo no YouTube, de expressão francesa, com o nome “angodidas”, que significa Angola e o Didas.
O coordenador de eventos classifica de “péssima” a actual situação, pelo facto de existir uma numerosa comunidade cabo-verdiana em França, que se apodera do estilo musical. Didi Barreira avança que a comunidade angolana é uma minoria em relação à cabo-verdeana e da República Democrática do Congo.
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Pensar e Falar Angola
Posted by Toke