A vida material é marcada por profundas limitações. A busca pela felicidade, para a imensa maioria de nós, não passa de uma distante expectativa, nunca realizada. Antigas tradições religiosas falam em homens lutando para superar sua inferioridade, ao mesmo tempo em que a natureza e o destino apontam a todo momento o quanto suas fraquezas são inescapáveis.
A dor, o sofrimento, a incapacidade e as limitações parecem marcas distintivas da humanidade. Para o espiritismo, contudo, a nossa natureza é a de espíritos imortais em busca da plenitude. No percurso que devemos superar encontramos a nós mesmos, deparamo-nos com as consequências de nossas escolhas, escolhas desta ou de anteriores existências materiais.
Não podemos fugir! Mas, o que parece ser uma explicação razoável, também pode ser a fonte de muitos enganos. Como a teoria das vidas sucessivas explica os sofrimentos superlativos enfrentados por muitas pessoas, sem razões aparentes? Por que nossos destinos são tão diferentes? Deus pune as nossas faltas? Diante de um mundo caótico, injusto aos nossos olhos, imperfeito na distribuição de bens e de oportunidades, onde encontrar a justiça divina? Onde enxergamos o choro e o desespero devemos enxergar também a ira divina para com os fracassos da humanidade? Se não esperamos a redenção por uma salvação final, que esperança podemos ter?
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