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    caiu na rede é PEIXE

    Parte do conteúdo deste podcast está licenciada sob: todas as de Leticia Kamada e nenhuma de Luciana Gerbovic ou convidados
    pt-br32 Episodes

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    Episodes (32)

    despedida

    despedida
    Se vivessem tanto quanto nós, choraríamos menos suas perdas, mas certamente não desfrutaríamos tanto desse amor. Saber que não estarão conosco na nossa velhice, se chegaram às nossas casas durante a infância ou a adolescência, nos obriga a ser um companheiro melhor, pois nessa relação não haverá tempo para pedidos de desculpas e arrependimentos. Ou se é inteiro. Ou se é inteiro. Achamos que somos necessários, mas basta olharmos para suas carinhas enquanto zelam por nós para termos a mais inabalável certeza de que a dependência é exatamente contrária. Como somos tolos na nossa prepotência! Precisamos do abanar do rabo ao entrar em casa, das corridas alegres que desarrumam o tapete (que eles comeram) em torno da sala, das patas arranhando nossos braços ao pedir carinho, dos pulos que querem nos alcançar, do corpo quente encostado aos nossos pés, dos latidos altos e, principalmente, do olhar que nos diz “estou aqui”. Somos capazes de suportar, e até de aceitar, a indiferença humana, mas desabamos diante de uma cauda que não se agita freneticamente ao nos ver. E a magia ainda maior disso tudo é que não importa o tempo, se um, dois, cinco, dez ou quinze anos. Um dia apenas é suficiente. Aliás, um olhar... Lu Gerbovic . . . . . . . Esa música NÃO está sob licença Creative Commons porque não é minha.

    diálogos que merecem ser dialogados # 2

    diálogos que merecem ser dialogados # 2
    - Penélope. - Pelénonpe. - Não. Penélope. - Pelénonpe. - Não. Pe. - Pe. - Né. - Né. - Lo. - Lo. - Pe. - Pe. - Penélope. - Pelénonpe. - Nããão. Pené. - Pené. - Lope. - Lope. - Penélope. - Pelénonpe. - Ainda não. - Tia Lu, não dá pra mudar o nome da cachorra? Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brMay 12, 2007

    too much

    too much
    this kind of music is a little too much for me it's not melodic and it's confused it's very confused but........ hum...... i like it! Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brApril 21, 2007

    cause love is blind

    cause love is blind
    meu, meu, meu seu, seu, seu viu? viu? viu? cause love is blind each other, voices, skin, voices each other, voices, skin, voices each other, voices, skin, voices hard enought for me meu, meu, meu seu, seu, seu viu? viu? viu? cause love is blind Leticia Kamada os samples aqui utilizados foram tirados de: http://ccmixter.org/media/reviews/leticiakamada/9719 conhece? Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brApril 11, 2007

    só os pimentões são felizes

    só os pimentões são felizes
    As mães que me perdoem, mas a vontade é a mãe (hermafrodita ainda) de todos os males humanos, por isso só os pimentões são felizes. Todos os pimentões vermelhos são vermelhos. Todos os pimentões verdes são verdes e todos os amarelos são amarelos (apesar do dicionário Aurélio não mencionar o pimentão amarelo – o que ele tem contra os amarelos?), mas eles se misturam bem e resultam numa bela salada. Os pimentões são pimentões. Isso. Ponto. Está definido: erva alta da família das solanáceas muitíssimo usada como hortaliça. Serve também para o preparo do colorau, mas ainda assim é um pimentão. Simples assim. Basta ser o que se é. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brMarch 06, 2007

    choveu, choveu, choveu...

    choveu, choveu, choveu...
    Não há chuva sem a maturidade da nuvem Por que teimamos em acelerar o tempo, se a cada tentativa ela se mostra, mais cedo ou mais tarde, vã? Há o tempo do sol, há o tempo da chuva. Há o tempo de amar, há o tempo de repensar. Há o tempo certo de plantar, há o tempo certo de colher. Há o tempo certo de saber que o tempo é certo. Há o tempo de olhar para fora, há o tempo de olhar para dentro. Há sempre o tempo de respeitar o tempo. E sempre é tempo de responder ao tempo. Texto: Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    eu sou metáfora

    eu sou metáfora
    Eu sou árvore. Eu sou pássaro. Eu sou Zeus. Eu sou Ares. Eu sou opaco. Eu sou transparente. Eu sou cão. Eu sou gato. Eu sou rato! Eu sou caça. Eu sou caçador. Eu sou lobo. Eu sou cordeiro. Eu sou rocha. Eu sou água. Eu sou criança. Eu sou ancião. Eu sou doce. Eu sou azedo. Eu sou copo cheio. Eu sou copo vazio. Eu sou mente. Eu sou corpo. Eu sou espírito. Eu sou coração. Eu sou eu. Eu sou você. Eu sou nós. Depende do dia. Depende da noite. Depende do Sol. Depende da Lua. Depende da brisa. Depende do mar. Depende da hora. Depende do minuto. Depende de tudo. Depende do nada. O que eu quero. O que eu posso. O que você quer? O que você pode? Lu Gerbovic * pixel de Cátia Leandro Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    espelho, espelho meu

    espelho, espelho meu
    Algumas palavras ou expressões a gente pronuncia com a boca cheia de prazer. É o caso daquele “caralho” quando uma coisa muito boa ou muito ruim nos acontece. É também o que acontece com o “eu te amo” dito pela primeira vez, depois de tanto tempo escondido no coração. Eu tenho uma expressão que enche minha boca de orgulho: “amiga de infância”. Não existe pra mim nada mais prazeroso do que dizer “eu tenho uma amiga de infância...”. Sabe quando estamos conversando com alguém e ao contar um casinho você diz: “eu tenho uma amiga de infância que viajou para o Zimbabwe....?” Pois é, eu digo assim: “eu tenho uma AMIGA DE INFÂNCIA etc etc etc” Ter uma amiga de infância (ou amigo, claro – é que no meu caso passei a infância brigando com a maioria dos hoje tão queridos garotos) é sinal de vitória. Significa que você é capaz de manter, apesar do tempo e da distância, laços fortes de amor com uma pessoa que não tem com você qualquer relação de parentesco ou sexual. Quando mencionamos que temos um(a) amigo(a) de infância queremos dizer que há uma pessoa nesse planeta que tem algo muito importante: nosso passado. Apesar de hoje magrelas em função da fome imposta pela ditadura da moda, nossa amiga de infância sabe que já fomos gordinhas um dia. Ainda que hoje tenhamos um gosto musical mais refinado, nossa amiga de infância sabe que perdemos a voz de tanto gritar pelo Menudo. Ela também sabe por quantos garotos já choramos e quantos vexames já passamos. Amigos de infância são como o espelho. O amigo de infância evoca escolha, amor, companheirismo, cumplicidade, intimidade, persistência, paciência, tudo isso junto. E um pouco mais. Há como não se sentir orgulhoso ao dizer “eu tenho um AMIGO DE INFÂNCIA”? Lu Gerbovic * texto falado é de Ricardo Guima Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    somos coloridos, sim

    somos coloridos, sim
    Alguns acreditam que nossas cores fazem diferença. Esses alguns, que para mim não têm ainda definição e qualificação, não sabem apreciar a beleza e a profundidade do colorido. Para esses alguns, essa LINDA lição da natureza...mais uma! PS: esses alguns não vão entender essa lição, não é mesmo? Mas eu insisto. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    all we need is love (the beatles)

    all we need is love (the beatles)
    Ele disse que não precisa do meu amor porque o meu amor destrói, o meu amor só causa dor. O meu amor mata! MATA! Se esse poder de matar e destruir está no coração de quem ama ou no coração de quem é amado, eu não sei. EU NÃO SEI. Só sei que ele disse que não precisa do meu amor. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    ver tudo verdinho

    ver tudo verdinho
    Há algumas semanas eu circulava de carro pela Marginal Pinheiros quando me deparei com pessoas navegando de caiaque pelo rio que leva o mesmo nome. Claro que meu primeiro pensamento foi “que gente louca”, por mais que estivessem enfeitando a paisagem com suas roupas coloridas. Cheguei mais perto e percebi que a louca era eu, de achar que um bando de gente iria passar o dia navegando de caiaque pelo Rio Pinheiros. Tratava-se de bonecos ali colocados pelo artista plástico Eduardo Srur, que decidiu reconstruir um cenário de algumas décadas atrás. Hoje pela manhã, passando lentamente (óbvio) pela Marginal Pinheiros, vi novamente os navegadores coloridos. Achei a idéia muito legal, pois nos gera um sentimento de culpa e remorso e nos põe para pensar. Aí fiquei pensando como seria se eles fossem mesmo gente. E se fosse verdade? Como seria passar pela Marginal Pinheiros ao lado de um rio limpo, bonito, agradável e ver pessoas ali nadando e navegando? Algumas pessoas já viram sim essa cena, mas eu já nasci com o rio doente. Meu coração se encheu de alegria ao imaginar essa cena. Só que alguns metros à frente vejo um monte de caiaques juntos. “Bateram”, pensei. Dirigi um pouco mais e vi a verdade: os caiaques estavam todos encalhados em cima de uma montanha de lixo que transformava o rio em uma substância sólida. Ao lado e por cima deles, um bando de urubus. A verdade não precisava ter se colocado à minha frente de maneira tão brutal em tão curto espaço de tempo. Doeu. Lu Gerbovic música de Milton Nascimento voz do Nildo . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brOctober 17, 2006

    quem me ensinou a nadar

    quem me ensinou a nadar
    A gente nasce no mar, mas em algum momento somos jogados num aquário, sem ao menos se dar conta disso. A água de um vai se misturando aos poucos com a do outro e quando percebemos não vemos mais toda aquele imensão com seus inúmeros caminhos. Cadê todos os peixinhos que nadavam comigo sem se preocupar com o tubarão? Ou até mesmo sem saber que esse tubarão existia. Onde estão os peixinhos e peixões que me ajudavam a escapar da rede, a rede que sempre vem? Seja no mar ou no aquário, a rede vem, presa em uma mão louca para nos pegar. Só que no aquário nos sentimos menores para dela escapar. Se eu ainda fosse um peixinho e lembrasse como nadar, eu estourava o aquário e me atirava no mar... Quer vir comigo? Creio que a gente ainda pode. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    retrato do pânico

    retrato do pânico
    Ele está lá fora: o sapo. O sapo é grande e gordo e marrom e pegajoso e nojento. O sapo não é mal, mas fica lá fora a me prender aqui dentro. Eu não posso ser livre com o sapo lá fora porque o medo aprisiona. O sapo não me olha, mas está lá fora. O sapo é MUITO grande e MUITO gordo. O sapo existe. Existe desde que eu era criança. O que eu sinto pelo sapo? Nada, porque ele me paralisa. Eu não penso, não respiro, não me movo e meu coração não bate. Então eu não sinto nada pelo sapo porque ele não me deixa sentir. O sapo me mata. O sapo. Eu não desgosto do sapo, mas a existência do sapo não me deixa existir. Ou ele ou eu no mundo. Mas por que o sapo? Por que não a lagartixa, a borboleta, o gafanhoto, a barata, a galinha, o leão ou o elefante? Será por que o sapo é feio? Mas a feiúra depende de quem vê. O sapo é feio? Não sei, porque o sapo não me deixa ver. Quando vejo um sapo só enxergo o nada. O sapo é grande. O sapo é enorme. O sapo tenta pular. O sapo tenta andar. O sapo só fica parado. O sapo me pára. O sapo não lava o pé, não lava porque não quer. O sapo está lá fora e eu aqui dentro. Ele nã entra. Eu não saio. Nunca enquanto ele estiver lá. O sapo vai me matar! O sapo no fundo é bonzinho. Só o homem é malzinho mesmo. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    surpresa pra lelê

    surpresa pra lelê
    Uma lista escrita há dois anos e encontrada há dois minutos: Te amo, Lelê. Eu amo a Leticia Eu amo o Zeca Todos os cães O barulho da chuva A minha cama As pessoas que me amam E as que não também. Escrever. Os livros Fazer novos amigos Reencontrar velhos amigos Reencontrar antigos conhecidos Fazer planos. Executá-los. Fazer yoga Beber com amigos Dar risada Observar os animais Ajudar um bichinho Ajudar uma pessoa Dia de sol Barulho do mar Doce. Jantar com a família Meus irmãos. Conversar com uma criança Assistir a uma boa aula Dar um abraço Ganhar um beijo Fazer um afago Ficar abraçada Falar que eu amo. Deitar numa rede com um bom livro. Conversar. Ouvir música Aprender Ir a um lugar que não conheço. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .

    cantinho da tarde

    cantinho da tarde
    São cinco horas da tarde do dia 20 de setembro de 2006. Uma forte chuva caiu sobre São Paulo. O céu ficou escuro em plena tarde e acaba de clarear. Durante alguns segundos de silêncio das buzinas dos carros que passam pela Ministro Rocha Azevedo, em pleno Jardins, ouço o piar de um pássaro. Imagino que ele está com uma carinha feliz, todo molhado da água da chuva, tamanho o acalento que sua voz frágil me provoca. Eu posso até imaginá-lo dançando. Há tempos eu não parava para ouvir um pássaro, principalmente no centro de São Paulo. Ouvi-lo encheu meu coração de alegria e de esperança. Esperança de quê? Não sei. Mas a alegria foi por perceber que alguns serezinhos ainda se arriscam a viver em meio ao caos e às buzinas tocadas por pessoas completamente estressadas e mal educadas, como que com a finalidade única de acarinhar alguns corações solitários da cidade. Lu Gerbovic Esse áudio está licenciada sob uma Licença Creative Commons. . . . . . . .
    caiu na rede é PEIXE
    pt-brSeptember 20, 2006