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    Elas com Elas

    O podcast Elas com Elas, da BandNews FM, é um programa semanal que reúne mulheres para debater temas diversos. Um espaço aberto para o diálogo e para discutir vários assuntos sob a perspectiva de quem trabalha, pesquisa ou vivencia os temas. Você vai ouvir entrevistas, conversas, vai descobrir histórias de brasileiras que estão fazendo a diferença para um mundo com mais igualdade. É sobre as vivências coletivas, mas também sobre as individualidades que a gente fala no Elas com Elas.
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    Episodes (121)

    #100 - Algoritmos e Robôs Transformando Padrões

    #100 - Algoritmos e Robôs Transformando Padrões
    Os algoritmos, a inteligência artificial, os robôs estão nas manchetes de jornal. Em várias áreas, de vários jeitos. São tecnologias cada mais sofisticadas e, podemos dizer, inteligentes. A máquina que aprende sozinha é uma realidade. Mas ela não aprende do nada, o processo começa com uma pessoa. E pessoas, você sabe, têm questões, têm preferências, têm preconceitos. Então não dá muito para pensar em uma tecnologia neutra e isso tem implicações. No episódio desta semana do Elas com Elas, vamos debater se algoritmos e robôs podem contribuir para transformar padrões sociais, para apontar os problemas nos comportamentos que reproduzimos. Vamos olhar duas pontas: de um lado, a produção da tecnologia, como ela é pensada, como ela é desenvolvida e como ela reproduz racismo, machismo, homofobia e um tanto de vieses; de outro lado, como ela é usada, como são as interações de quem depende destes recursos ou escolhe usá-los. Se a inteligência artificial aprende partindo de premissas humanas, por onde ela começa esse percurso de aprendizado? E se a inteligência artificial também aprende trabalhando, a partir das interações com usuários e usuárias, o que ela anda aprendendo? Os impactos na nossa vida são vários, e na construção de uma sociedade mais igualitária, menos violenta e mais justa também.
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    ptApril 28, 2021

    #99 - Democracia Deliberativa e Participação Cidadã

    #99 - Democracia Deliberativa e Participação Cidadã
    Par a conversa de hoje, vamos fazer algumas apresentações. Neste episódio, vamos falar de política e de cidadania. Vamos discutir democracia. Primeiro, vou te contar o que o dicionário define como deliberação: 1- debate com o objetivo de resolver algum impasse ou tomar uma decisão. 2. questionamento, reflexão tendo em vista a resolução de um problema ou o planejamento de uma atitude. Certo, isso já nos dá pistas para entender o que é a democracia deliberativa. Mas antes de partir pro debate, uma segunda apresentação se faz necessária: vou te contar rapidinho de um alemão chamado Jürgen Habermas. Ele é filósofo, sociólogo, nasceu em 1929 e tá vivo, ativo, escrevendo, pensando. Por que eu estou falando dele? Porque ele é bem importante nessa proposta de democracia deliberativa e, como propositor do modelo, vai aparecer em algumas conversas de hoje. Eu vou me arriscar numa simplificação, peço desculpas às especialistas se eu exagerar nos termos leigos, mas as entrevistas que vêm na sequência vão deixar tudo em boas mãos. Bom, pra entender um ponto importante do que Habermas propõe, imagine a sociedade como uma estrada com duas mãos. De um lado, circulam informações especializadas, técnicas. De outro, o senso comum, as informações gerais que circulam de boca em boca, a partir das nossas experiências. Para chegar a um lugar de resoluções, precisamos de uma intersecção entre as duas mãos da pista – talvez uma rotatória, onde a informação especializada possa se encontrar com a linguagem comum, sendo traduzida, virando palatável para quem não é especialista; e a informação geral, que circula na esfera pública, ganha embasamento especializado, para que as experiências das pessoas, as demandas vindas das nossas vivências, tenham respaldo técnico. Quando esse encontro acontece, temos a possibilidade de usar a linguagem comum para ajudar a construir políticas, para guiar ações do Estado. Essa ideia é que vai moldar as experiências que você vai conhecer aqui e que vão nos ajudar com reflexões sobre a ampliação da participação cidadã na nossa democracia. Vem com a gente!

    #98 - As Crises e as Perdas de Direitos das Mulheres

    #98 - As Crises e as Perdas de Direitos das Mulheres
    “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados.” A frase virou pop. Estampa camisetas, bolsas, bottons e adesivos. Mas sua reprodutibilidade não a deixou menos verdadeira. Simone de Beauvoir alerta para a necessidade de vigilância constante, porque os direitos não são permanentes. Os retrocessos aparecem quando a conjuntura aperta. Imagine, então, quando as crises são sobrepostas: política, econômica, religiosa, sanitária... tudo junto. Neste episódio do Elas com Elas convidamos mulheres para nos ajudarem a pensar de que maneira a pandemia no Brasil de 2021 gerou crises que já abalam garantias e direitos das mulheres. Tentamos entender como a ocupação de espaços por mulheres – em especial de espaços de poder – fica comprometida no atual cenário e em que medida esses retrocessos atingem mulheres diferentes.
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    ptApril 14, 2021

    #97 - Ghosting e Responsabilidade Afetiva

    #97 - Ghosting e Responsabilidade Afetiva
    Uma palavra em inglês para algo que a gente conhece há muito tempo: ghosting. Sabe o que é? Vem de ghost, fantasma. O ghosting é o sumiço de alguém com quem você se envolveu – ou nem se envolveu ainda. Repentino, sem explicações, só dar um perdido, dar o fora, desaparecer. Você começa uma relação – ou as vezes nem começa – e de repente a outra pessoa some sem dar satisfações. Para de responder, ignora as ligações telefônicas, não vê mais suas mensagens nas redes sociais, nem no celular, nem em nada. Te ignora completamente. Não é de hoje, não. Este é um comportamento antigo, um término que não é bem um término. Afinal, quando acaba a gente diz que acaba, né? Ou não? No ghosting, não. Não tem palavra, é puro silêncio. Quem ficou que lute. Neste episódio do Elas com Elas, a gente olha pra esse comportamento, tentando entender por que ele ficou mais recorrente, ainda que não tenha nascido agora. Tem algo a ver com o uso de aplicativos de relacionamento? Como a responsabilidade afetiva entra nessa história? Vem!
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    ptApril 07, 2021

    #96 – Rumo ao Topo do Everest, com Aretha Duarte

    #96 – Rumo ao Topo do Everest, com Aretha Duarte
    Este é um daqueles episódios em que o Elas com Elas para pra conhecer uma pessoa, uma história. Para ouvir uma mulher. Seja pelo trabalho, pela pesquisa, pela vivência, pela reflexão, pela iniciativa, são mulheres que transformam o mundo – como tantas e tantas que você ouve semanalmente por aqui. Desta vez, vamos conhecer a Aretha Duarte, uma educadora física, a primeira da família a ter curso superior, nascida e criada na periferia de Campinas, no interior de São Paulo. Ela descobriu o montanhismo e agora pode ser a primeira mulher negra a chegar ao topo do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, com quase nove mil metros de altura. O dia de lançamento deste episódio é a véspera do embarque de Aretha para o Nepal. Ela já esteve por lá em 2013, no campo base da montanha, a mais de 5 mil metros de altura. Agora vai subir mais e completar a rota. Até hoje 25 brasileiros chegaram ao topo do Everest – cinco eram mulheres. Uma missão que custa caro e, para fazê-la acontecer, Aretha tirou do papel outro projeto transformador, baseado na reciclagem de lixo. A ideia de chegar ao topo do mundo extrapolou altitudes e acabou virando bem mais do que isso. Simbólico, né, ver uma mulher negra e periférica chegar a esse cume? Vamos ouvir a Aretha, que tem muito para nos contar. Vem!
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    ptMarch 31, 2021

    #95 - Dá pra ser feliz na Internet?

    #95 - Dá pra ser feliz na Internet?
    3 horas e 31 minutos. Este é o tempo médio que um brasileiro passa nas redes sociais por dia. Estamos na frente da média mundial, de 2 horas e 24 minutos de uso diário. Esta é uma medição pré-pandemia, diga-se. Porque em tempos de fique-em-casa, dá para estimar que este uso cresceu. A Internet tem sido lugar de encontros e desencontros também. Nem discutir dá para fazer mais pessoalmente, então vai online mesmo. As telas têm sido companhia constante: de trabalho, de estudo, de lazer. E aí vem uma oportunidade: será que não dá para aproveitar este momento de tanto tempo navegando pela virtualidade para repensar como usamos a Internet. A pesquisa Global Digital Overview 2020 mostrou que as pessoas têm estado mais conscientes no uso das redes e têm procurado estabelecer uma relação mais saudável com essas plataformas. Mas ainda precisamos construir entendimentos, limites e diretrizes – pessoais e coletivas – para que o ambiente da internet faça mais bem do que mal. Vamos recortar para as redes sociais: dá para manter a sanidade estando mergulhada no instagram, no twitter, no facebook ou onde quer que você prefira rolar feeds infinitos e decidir se um conteúdo merece ou não seu like, seu view, seu engajamento? A saúde mental pode pedir arrego se o uso das redes sociais for, pra usar uma palavra do momento, tóxico. Mas e aí? Estamos quase todas, todos lá. Produzindo e consumindo conteúdo. Como isto nos afeta? O papo deste episódio do Elas com Elas caminha por aí, tentando entender, em diferentes graus e sob diferentes perspectivas, se dá pra ser feliz na Internet.
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    ptMarch 24, 2021

    #94 - 10 anos da Guerra da Síria

    #94 - 10 anos da Guerra da Síria
    15 de março de 2011 ficou marcado por protestos na Síria. Estudantes, jovens, eram boa parte dos que estavam nas ruas pedindo mais liberdade e criticando o governo de um ditador. 10 anos depois, o conflito que começou em meio à Primavera Árabe mudou de cara muitas vezes e chegou a ganhar dimensões intercontinentais. Em uma década, a Guerra da Síria deixou 350 mil mortos e obrigou metade da população do país e deixar suas casas. São 6 milhões de refugiados sírios pelo mundo e 6 milhões de deslocados internos. Atualmente, o ditador Bashar Al Assad, no poder desde 2.000, ainda controla 60% do país. Em meio à pandemia, a população, já empobrecida e em ambientes destruídos, viu os problemas dobrarem. E sem perspectiva de mudança. Em abril, tem eleições. Assad deve se candidatar para ficar mais sete anos no poder – no último pleito, em 2014, ele ganhou com 90% dos votos. Também não há no horizonte expectativa de um acordo de paz. Nem de reformas consistentes. Desde 2019, o Comitê Constitucional Sírio, que reúne regime e oposição e exclui os curdos, negocia uma nova constituição para o país. Mas até agora nada. Neste episódio do Elas com Elas, falamos sobre estes anos de guerra e para contar a história e as histórias do conflito, ouvimos uma estudiosa do tema e duas mulheres sírias que deixaram o país para fugir do conflito. Elas têm histórias de vida diferentes, experiências diferentes em ser mulher e trajetórias diferentes na vinda ao Brasil.
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    ptMarch 17, 2021

    #93 - O 8M e os feminismos no Brasil de 2021

    #93 - O 8M e os feminismos no Brasil de 2021
    A data é oficial desde 1975 – oficializada pela ONU, a Organização das Nações Unidas, mas a origem vem de antes, lá do início do século 20. Devemos às trabalhadoras, às operárias muito por esse dia em que relembramos e reforçamos as lutas diárias das diversas mulheres no mundo todo. Ainda que as agendas sejam múltiplas, que as reivindicações sejam várias, é a busca por igualdade que guia os movimentos de mulheres. Os feminismos, assim mesmo, no plural, foram mudando ao longo do tempo, mas têm sempre batido na tecla de garantir direitos, porque sem eles as demandas podem virar só isso mesmo, demandas. Este episódio do Elas com Elas tenta trazer diferentes perspectivas sobre esta data e combinar olhares sobre o que ela significa no Brasil de 2021. A ideia, claro, não é esgotar significados, nem reflexões, mas compor um cenário em que vozes diversas possam trazer questões que talvez nos escapem. Em meio a uma pandemia que agrava as desigualdades já vividas, como o 8 de Março chega para as brasileiras e que relevância têm os movimentos de mulheres agora? Estão na mesa: Eva Blay, Márcia Lima, Amara Moira, Sarah de Roure e Poty Poran.
    Elas com Elas
    ptMarch 10, 2021

    #92 - Pedir ajuda e construir redes

    #92 - Pedir ajuda e construir redes
    O que nos une? São as dores ou as delícias? Talvez os dois? Um pouco de cada? Depende da situação? Independentemente do contexto, acho que dá pra dizer que o vínculo exige algo de reciprocidade. Ou de convergência: duas intenções caminhando para o mesmo lugar. E quando os caminhos se cruzam, ou se aproximam, dá para fazer um movimento que traz força e consistência: criar redes. Foram muitos já os episódios do Elas com Elas que mencionaram as redes de apoio como espaços, inclusive, de sobrevivência. As redes de mobilização também. E hoje a gente olha para os pedidos de ajuda como uma iniciativa de começar a construí-las. Mas nem sempre é fácil. Pedir ajuda demanda olhar para si ou para o seu próprio grupo e entender fragilidades, vulnerabilidades e limitações. Pedir ajuda é abrir mão de controle, é se abrir para o outro e é se expor ao não. O movimento, afinal, é mútuo. Estar aberta a pedir ajuda e encontrar quem esteja aberta a oferecê-la. E dá para pensar nisso em vários âmbitos da vida e em vários níveis: em atuações individuais e coletivas; em ações amadoras ou em políticas públicas; em grupos pequenos e em grupos grandes; entre vizinhas ou entre coletivos de toda a América Latina. A extensão do nosso pedido de ajuda pode ser proporcional à extensão da rede de troca e apoio que estamos dispostas a criar. Vamos juntas para o episódio de hoje do Elas com Elas, em que vamos falar disso mesmo: da possibilidade de seguir caminhando lado a lado, especialmente quando estamos diante dos maiores muros que precisamos cruzar em buscar de direitos e liberdade?
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    ptMarch 03, 2021

    #91 - Lugar de mulher é (também) na cozinha

    #91 - Lugar de mulher é (também) na cozinha
    “Por que as mulheres, detentoras de um saber há anos transmitido de mãe para filha, não ocupam as cozinhas dos restaurantes?” Esta é a pergunta que abre o livro Fominismo – Quando o Machismo se Senta à Mesa, da francesa Nora Bouazzouni. Em ensaios curtos, ela questiona o espaço das mulheres na feitura e também na produção da comida. Inclusive, um levantamento da FAO, a agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, mostra que 43% da mão de obra agrícola no mundo são mulheres – apesar de elas serem 20% dos proprietários de terra. A autora percorre os caminhos da comida, das sementes ao prato feito à mesa, para tentar entender a relação das mulheres com a cozinha ao longo do tempo. Por que o lugar dedicado às mulheres no ambiente privado, doméstico, é negado a elas no ambiente público? Olhando para grandes guias de referência gastronômica, são poucas as chefs a brilharem com estrelas e fotos de página inteira. Nos festivais, também predominam os homens – entre os jurados e entre os premiados. Quando uma mulher se destaca à frente de uma cozinha profissional, ela é recebida, tantas vezes, como alguém que aprofundou um conhecimento que já lhe era direito. Os homens, por sua vez, quando superam as expectativas, são excepcionais e, portanto, mais visíveis, mais chamativos, com mais destaque. O Elas com Elas inaugura a temporada 2021 te convidando para esta conversa: se o lugar de mulher é também na cozinha, o que falta para que mais e mais chefs ocupem os espaços que desejam no mercado gastronômico?

    [Apresentação, produção, roteiro e edição: Gabriela Mayer; Sonorização: José Antônio de Araújo]
    Elas com Elas
    ptFebruary 24, 2021

    #90 - O que a gente faz com a raiva?

    #90 - O que a gente faz com a raiva?
    Este episódio do Elas com Elas, o último do ano, foi uma criação coletiva, eu diria. Ele nasceu de inúmeras mensagens que recebemos ao longo de 2020. Gente que escreveu para compartilhar que estava com raiva. Por ter perdido alguém. Por estar enfrentando dificuldades financeiras. Pela forma como a pandemia de coronavírus foi e é tratada por parte das pessoas. Pela desigualdade que se escancarou. Pela recorrência da violência, especialmente contra alguns corpos. Estes foram só alguns dos assuntos que motivaram ouvintes do Elas com Elas a escreverem para contar que esse ano tá puxado... aliás, faz uns anos que tá puxado, né? Bom, mas as mensagens repetidas neste ponto fizeram pensar que essa é uma boa conversa, porque nós não somos sempre estimuladas a colocar algumas emoções pra fora, inclusive a raiva. Mas vamos lá. Esse é o começo: a raiva é uma emoção – e uma que nos acompanha com certa frequência. Pode vir de uma experiência pessoal, individual, ou coletiva. E algumas perguntas atravessaram as conversas que você vai ouvir aqui: raiva pode ser bom? Somos autorizados a sentir raiva? Dá pra controlar ou administrar a raiva? E a principal delas: o que a gente faz com a raiva?
    Elas com Elas
    ptDecember 16, 2020

    #89 - Trabalhadoras Domésticas

    #89 - Trabalhadoras Domésticas
    Era 17 de março de 2020 quando a primeira morte pela Covid-19 foi registrada no Rio de Janeiro. Uma trabalhadora doméstica. Com 63 anos, ela percorria mais de 100 km entre a casa em que vivia e a casa em que trabalhava e por isso passava parte da semana no trabalho. A empregadora tinha acabado de voltar da Itália, então o país com o maior número de mortes relacionadas ao coronavírus no mundo. Quando a trabalhadora apresentou os primeiros sintomas, a patroa pediu que alguém da família dela fosse buscá-la. O quadro evoluiu rapidamente e ela morreu no hospital um dia depois. Não foi um fato isolado, mas por ter sido o primeiro chamou atenção para o crescimento da vulnerabilidade de uma categoria que já garantia seus direitos com raridade e, ainda assim, com fragilidade. Uma categoria composta majoritariamente por mulheres. Majoritariamente por mulheres negras. Num universo de mais de 6 milhões de pessoas que exercem o trabalho doméstico remunerado no Brasil, 92% são mulheres – são 5 milhões e 700 mil. E delas, quase 4 milhões são pretas ou pardas. Ainda que em 2015 as empregadas domésticas tenham conquistado o respaldo legal para receber direitos que um trabalhador contratado sob o regime CLT já tinha há décadas, de cada 10 trabalhadoras, nem 3 são formalizadas. E diante do crescente número de diaristas, que hoje já são pouco mais de 40% das trabalhadoras domésticas brasileiras, o índice de informalidade tende a ser cada vez maior. Neste episódio do Elas com Elas, convidamos trabalhadoras domésticas e mulheres que pesquisam o tema sob diferentes recortes para nos ajudar a entender por que os serviços domésticos remunerados se configuram da forma como se configuram no Brasil e que impactos isso tem na vida das mulheres que atuam nesta área. Olhamos também para a forma como a pandemia de coronavírus provocou incômodos nos olhares para este trabalho e de que maneira as trabalhadoras domésticas foram impactadas pela conjuntura. O dado de que 3 milhões delas – daquele universo de 6 milhões – dependem ou dependeriam (se o tivessem conseguido) exclusivamente do auxílio emergencial para atravessar este período já dá uma pista.
    Elas com Elas
    ptDecember 09, 2020

    #88 - Aprender a escutar

    #88 - Aprender a escutar
    Pode parecer um detalhe semântico, inclusive usamos as duas palavras como sinônimos em tantas situações. Mas o próprio dicionário sugere que pode ter uma nuance aí, ainda que o sinônimo valha, sim. Ouvir e escutar, você acha, são a mesma coisa? É que a definição de ouvir está focada na percepção do som, no uso do sentido audição. A definição de escutar está focada na consciência do que se está ouvindo, na atenção dada àquilo que se ouve. Eu fiquei pensando sobre essa diferença de palavras depois das entrevistas deste episódio, então nas perguntas eu escorrego as vezes e uso ouvir e escutar como a mesma coisa mesmo. E tudo bem se você continuar a usar os verbos como semelhantes. Mas aqui a conversa vai focar na escuta, no sentido da percepção de sentido, da atenção ao dito e ao não dito. Porque quando a gente realmente está envolvido na conversa, no encontro, tem disso, né? O silêncio também está incluído na escuta. A ideia deste episódio nasceu da recorrência de uma sugestão por aqui. Em várias entrevistas, muitas vezes, as mulheres que ouvimos, debatendo temas diversos, falam em escutar como forma de acolher. Como forma de se conectar. Como forma de entender a si e o outro. E aí fiquei encucada: será que dá para aprender a escutar? Isso se ensina? E como a gente aprende? Porque, convenhamos, não é missão fácil, né? Bom, eu listaria aqui a disponibilidade para se relacionar, o que inclui a disposição de ser vulnerável e de chegar aos encontros de peito aberto, como um bom ponto de partida – ainda que nada simples. Mas as mulheres que se sentam à mesa com a gente dão outras tantas pistas valiosas.
    Elas com Elas
    ptDecember 02, 2020

    #87 - Representatividade na Política

    #87 - Representatividade na Política
    Não foi só o número de candidaturas registradas. Em 2020, o número de mulheres eleitas também cresceu. Os resultados finais ainda serão consolidados com o segundo turno para a prefeitura, mas os dados das câmaras municipais já indicam uma participação feminina, em média, além da cota de 30% reservada pelos partidos. Desde 2019, e portanto pela primeira vez nesta eleição, 30% dos fundos eleitoral e partidário também deveriam ser destinados às mulheres. Na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o mesmo percentual de tempo deveria ser aplicado a elas e os partidos passaram a ser obrigados a fazer a divulgação das candidaturas femininas também. A lei contribuiu para transpor alguns dos obstáculos que as mulheres encontravam recorrentemente ao tentar participar do processo democrático partidário eleitoral. Mas há outros tantos elementos que ainda precisam ser vencidos. E que dificultam não só a candidatura e a eleição de mulheres, mas também a de outros grupos ainda sub-representados, como das pessoas negras, dos indígenas e da comunidade LGBTQIA+. Numa democracia representativa, quem nos representa? Há mais de 50% de brasileiras mulheres; há mais de 50% de brasileiros negros. No entanto, ainda que a eleição municipal de 2020 tenha feito história com a abertura de caminho para a representação de alguns grupos, ainda falta muito para a tal da equidade. Em especial em cargos executivos, para os quais os gargalos são ainda mais brutos. O que os dados do primeiro turno nos dizem é que pouco mais de 12% das prefeituras serão ocupadas por mulheres a partir de 2021, pouca mudança em relação a 2016, quando eram 11,5%. Olhando para o total de candidaturas, para prefeituras e para a vereança, a Justiça Eleitoral diz que as mulheres representaram 33,6% do total de 557.389 opções. Nos últimos três pleitos, o índice nunca tinha superado 32%. O Elas com Elas de hoje traz a representatividade na política para o debate e te convida a pensar quem você quer que te represente e como você gostaria de ser representada.
    Elas com Elas
    ptNovember 25, 2020

    #86 - Afrofuturismo

    #86 - Afrofuturismo
    Seguir em frente sem deixar de olhar para o passado. Especular sobre o futuro e repensar o presente. Este episódio do Elas com Elas passa por aí. O movimento afrofuturista é o nosso assunto. Para além da estética e da cultura, ele constrói política. Não vou me arriscar a definí-lo, porque eu esbarraria em um simplismo que não cabe. Aliás, você vai ver que esta pergunta, esta tentativa de definir o que é o afrofuturismo se repete, assim como se repetem as perguntas a respeito do futuro e pra onde ele aponta, a partir dessa perspectiva em que as pessoas negras são colocadas como protagonistas e o encontro entre ancestralidade e tecnologia leva a novas narrativas. Aqui na descrição, deixei alguns dos links que usei na pesquisa para as conversas que você vai ouvir. Escolhi aqueles de referências que também foram citados pelas entrevistadas de hoje.
    O Futuro é Preto - https://www.youtube.com/watch?v=b912jgriot8
    Mostra Afrofuturismo - http://www.mostraafrofuturismo.com.br/
    Alma Preta conversa com Kênia Freitas - https://www.youtube.com/watch?v=p4Pg-pfb9C8
    Álbum The Futuristic Sounds of Sun Ra - https://www.youtube.com/watch?v=kG5f2w-K5jo
    Álbum Atlantis Sun Ra and Arkestra - https://www.youtube.com/watch?v=x5dIkFmafx4
    Sun Ra Montreux (1976) - https://www.youtube.com/watch?v=k341z3dsXy4
    Octavia Butler - https://www.youtube.com/watch?v=rV6vRGQQ45I
    Entrevista – Octavia Butler - https://www.youtube.com/watch?v=KG68v0RGHsY
    Elas com Elas
    ptNovember 18, 2020

    #85 - Pessoas Desaparecidas

    #85 - Pessoas Desaparecidas
    79.275. Este foi o número de pessoas que desapareceram no Brasil em 2019. Os casos registrados, claro. O dado é do mais recente Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mas, como você vai ouvir neste episódio, também há desaparecimentos que não são registrados. Por desconhecimento. Pela falta de entendimento de que se trate de um desaparecimento. E até por barreiras encontradas ao tentar o apoio das autoridades. São pessoas de várias idades, com vários perfis e que somem por motivos diferentes. Violência, tráfico de pessoas, tráfico de órgãos, conflitos familiares, transtornos mentais são algumas das justificativas conhecidas para quando alguém desaparece. Mas independentemente do motivo, o impacto é semelhante. 79.275. É o número de famílias que, só em 2019, passaram a conviver com uma ausência. Um luto prolongado pela despedida não feita e pela incerteza do que aconteceu. Neste episódio do Elas com Elas, falamos sobre as pessoas desaparecidas no Brasil, tentando entender como isso afeta núcleos sociais e mostrando os vazios que existem sobre o tema: um vazio de política pública, um vazio de informação, um vazio de integração de dados, de buscas e de respostas.
    E-mail de contato com o Plid (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos) do Ministério Público de São Paulo: desaparecidos@mpsp.mp.br
    http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/plid
    https://www.icrc.org/pt/pessoasdesaparecidas-brasil
    www.cicv.org.br
    www.caminhodevolta.fm.usp.brÂ
    Elas com Elas
    ptNovember 11, 2020

    #84 - Violência sexual e cultura do estupro

    #84 - Violência sexual e cultura do estupro
    Aviso: as discussões deste episódio passam por situações de violência sexual que podem ser gatilho para algumas pessoas. Não há descrições de situações de violência, mas há questionamentos sobre a naturalização delas. E é justamente esta naturalização que está no centro do debate No Elas com Elas. Você consegue responder por que alguns crimes geram menos indignação do que outros? Nesta espécie de ranking social do intolerável, o estupro está longe do topo. Pelo contrário, ele está no rol de violências relativizadas, justificadas, toleradas, até. Quem estupra é sempre um outro distante, alguém que tem um desvio, um louco. Não tem a nada a ver comigo. Será? Se estamos todos imersos, desde pequenos, em uma cultura que suaviza a violação dos corpos das mulheres - de algumas mulheres até mais do que outras, que faz piada com o assédio, que ensina que homens e mulheres são diferentes nos direitos, será mesmo que podemos nos distanciar da violência? Tudo isso está nas conversas deste episódio. Você vai notar que a pergunta “o que é a cultura do estupro” aparece várias vezes nas entrevistas. As definições das mulheres que conversaram com o Elas com Elas são complementares e ajudam a definir o caldo cultural e social que faz com que a naturalização da violência sexual seja parte de quem somos coletivamente.
    Elas com Elas
    ptNovember 04, 2020

    #83 - Vamos conversar sobre depressão?

    #83 - Vamos conversar sobre depressão?
    A vida virada de ponta cabeça. Mudanças bruscas, inesperadas e nem sempre desejadas. As consequências que vieram da pandemia fizeram aumentar o adoecimento mental da população mundial. Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e publicado na revista The Lancet mostrou um aumento de 90% nos casos de depressão entre os meses de março e abril deste ano. No mesmo período, o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou. Neste episódio, vamos focar na depressão, que já era um problema de saúde pública no Brasil antes da pandemia de coronavírus. A Organização Mundial da Saúde aponta que o Brasil é o país mais deprimido da América Latina. Enquanto a média global é de 4,4% da população com depressão, aqui este índice chega a 5,8%. São mais de 12 milhões de pessoas doentes. O problema é subdiagnosticado e o tema ainda afasta as pessoas da busca por ajuda. O Elas com Elas de hoje explica o que é esta doença e discute como o atual momento pode amplificar as questões de saúde mental. Além disso, trazemos à mesa uma conversa sobre o papel do Sistema Único de Saúde na prevenção e no tratamento da depressão.
    Elas com Elas
    ptOctober 28, 2020

    #82 - Quando o hobby vira negócio

    #82 - Quando o hobby vira negócio
    Vou pedir licença pra começar com uma frase batidona. Mas é que você já deve ter ouvido isso por aí e ela tá no centro da nossa discussão de hoje: “trabalhe em algo que você realmente goste, e você nunca precisará trabalhar na vida”. Já ouviu? Bom, o que eu pergunto é: será mesmo? Quando um hobby vira um negócio, o prazer continua ali. Transformar uma atividade que pode ser quase terapêutica em uma obrigação, um compromisso, ainda que um compromisso motivador, muda o jeito de olhar para ela? O Sebrae tem até uma sessão de dicas para empreendedores que fazem essa virada: transformam hobby em negócios. E uma das primeiras pontuações é justamente pensar se a satisfação vai continuar te acompanhando quando seu hobby... bom, não for mais um hobby. É que, por definição, o hobby é uma atividade exercida exclusivamente por lazer, como passatempo. Mas tem bastante gente partindo dele para ganhar um dinheirinho. Dados também do Sebrae apontam que 48% dos microempreendedores individuais fizeram de seus hobbys um trabalho e atuam em casa mesmo. Neste episódio do Elas com Elas, a gente conversa com mulheres que trazem reflexões diversas para a mesa. Não só sobre quando o hobby vira negócio, mas também sobre as novas visões que passaram a ter sobre a vida pessoal e profissional a partir desta transformação. Além de saber se o trabalho continua mesmo sendo prazeroso por estar relacionado a um hobby, perguntei também a elas o que acontece com o lugar do prazer descompromissado. Elas desenvolveram um novo hobby depois disso? Vem com a gente!
    Elas com Elas
    ptOctober 21, 2020

    #81 - O que é sucesso?

    #81 - O que é sucesso?
    Um resultado favorável, feliz. Um êxito. É assim que o dicionário define sucesso. Se você jogar no Google, ele vai atribuir o sentido a um contexto de negócios, de trabalho. Contemporâneo, ele, né? Alinhado ao nosso tempo. Porque é por aí mesmo que passa o ideal de sucesso de muita gente, pelo campo profissional. Mas sucesso é isso? Ou é só isso? Este episódio do Elas com Elas é um pouco diferente e traz várias mulheres à mesa, numa tentativa de construção coletiva. Além de pesquisadoras que podem nos ajudar com reflexões, convidamos mulheres – algumas da redação da BandNews FM e outras sem ligação com este trabalho – para responderem esta pergunta: o que é sucesso para você? E você, já pensou sobre isso? Qual é o sucesso que você almeja? Ou melhor, como é este sucesso? Na conversa, passamos pela construção individual, subjetiva, mas também pelas construções coletivas, sociais do conceito e do ideal de sucesso.
    Elas com Elas
    ptOctober 14, 2020
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