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    #11 - Educação em todos os lugares e ao longo de toda a vida

    #11 - Educação em todos os lugares e ao longo de toda a vida
    "Viver é o ofício que lhe quero ensinar", disse Jean-Jacques Rousseau na obra "Emílio ou da Educação", na qual ele faz um relato romanceado da vida de um menino órfão, do nascimento até o casamento. Trata-se de um menino imaginário, um aluno ideal, que deveria aprender pela experiência e curiosidade e ser educado para a autoformação. Segundo Rousseau, a educação para a vida deveria ser a própria vida. Aprender não é somente adquirir conhecimentos; é compreender o significado da vida como um todo. A educação deve ocorrer no cotidiano, na prática vivida, nas questões existenciais.
    Em Emílio, Rousseau sustenta que a formação humana é fruto de três grandes mestres: o eu, que ele chama de educar o homem para si mesmo, ou seja, para a autoformação, o autoconhecimento, a autonomia, o autocontrole de todas as suas emoções, paixões, capacidades e potencialidades; os outros, a educação para a convivência social, ou seja, a heteroformação; e a natureza, relacionada às experiências sobre coisas naturais, do mundo e que seria a ecoformação.
    Rousseau defendia que os educadores ensinassem aos seus alunos a ARTE de viver.
    E é a partir dessa clássica obra da filosofia e da pedagogia moderna, escrita em 1762, que abordamos neste podcast um tema antigo na educação, mas sempre atual, que é “Educação ao longo de toda a vida”.
    A ideia de aprendizagem ao longo da vida é muito antiga e se confunde com a própria ideia de educação, como dizia Rousseau e outros pensadores também influenciados por ele, como John Dewey, Edgar Morin.
    Aprender a aprender é aprender a viver. E viver é mudar, é transformar-se a cada momento. O aprendizado sempre é resultado de mudança. Vida e aprendizagem são permanentes processos de desenvolvimento. É um processo irrepetível e que nunca é fixo, acabado. O homem sempre será um ser inacabado, em transformação, marcado por sua incompletude.
    O episódio questiona para onde vai a nossa educação e conclui que não há mais tempo a perder. O futuro chegou. As futuras gerações não mais necessitarão de escolas que lhes transmitam conteúdos e lhes ensinem as respostas, mas que as levem a aprender a pensar; a resolver problemas, a aprender a aprender; a aprender por toda a vida.
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    Para mais informações sobre o podcast Aprendências, aos conteúdos complementares, às referências autorais e citações de autores deste episódio, acesse: www.aprendencias.com.br
    As trilhas sonoras respeitam os direitos autorais e foram adquiridas de https://www.storyblocks.com
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    Referências:
    ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 2014. Pags. 09, 15 
    MORIN, Edgar. “Notas para um ‘Emílio’ Contemporâneo”. In: PENA-VEJA, A.; ALMEIDA, C. R. S.; PETRAGLIA, I. (orgs). “Edgar Morin: Ética, Cultura e Educação”. Ed. Cortez, São Paulo: 2003.
    PACHECO, José. Inovar é assumir um compromisso ético com a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019, pags. 39 e 43. 
    FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 71. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019. Pag. 95.