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    Ilustríssima Conversa

    A equipe de jornalistas da Ilustríssima, da Folha, entrevista autores de livros de não ficção ou de pesquisas acadêmicas.
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    Episodes (157)

    Mauricio Stycer: Como Gilberto Braga mudou as novelas no Brasil

    Mauricio Stycer: Como Gilberto Braga mudou as novelas no Brasil

    Poucos nomes marcaram tanto a telenovela no Brasil quanto Gilberto Braga. Nas quatro décadas em que escreveu para a TV, criou grandes sucessos, abordou temas que se tornaram discussões nacionais e cativou intelectuais como nenhum outro colega de profissão. Também trouxe uma sensibilidade diferente para o gênero, com um olhar mais sofisticado para o mundo dos ricos e das classes médias.

    A trajetória do escritor é tema da biografia "Gilberto Braga: O Balzac da Globo" (ed. Intrínseca), escrita por Mauricio Stycer. "A obra dele tinha características que permitiam fazer essa alusão a Balzac", comenta o biógrafo, jornalista especializado em TV e colunista da Folha.

    Na entrevista ao Ilustríssima Conversa, Stycer fala sobre essa trajetória e como Gilberto Braga e outros autores fizeram da novela o grande produto audiovisual brasileiro.

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRMarch 02, 2024

    Noemi Jaffe: Literatura precisa perturbar o leitor

    Noemi Jaffe: Literatura precisa perturbar o leitor

    A escritora Noemi Jaffe se inspirou em sua experiência como professora de escrita de ficção para compor seu mais recente livro, "Escrita em Movimento: Sete Princípios do Fazer Literário".

    Noemi encara a escrita como um longo processo de aprendizagem que nunca tem fim, por mais consagrado que seja um autor. E a autora também não acredita em regra rígidas ou fórmulas engessadas para a criação.

    No lugar disso, Noemi apresenta sete princípios que, a seu ver, são comuns aos bons textos literários: palavras, simplicidade, consciência narrativa, originalidade, estranhamento, detalhes e experimentação.

    Neste episódio, ela comenta desde questões mais práticas a outras mais literárias e teóricas. "Tem muito esse pensamento de que a arte deve distrair, e eu acho contrário. Acho que a arte precisa contrair, sei lá, deixar a pessoa mais incomodada, deixar a pessoa perturbada. Grande parte da boa literatura é sobre coisas ruins mesmo, sobre coisas difíceis de enfrentar" reflete.

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRFebruary 17, 2024

    Guilherme Varella: Carnaval de rua não é bagunça, é direito constitucional

    Guilherme Varella: Carnaval de rua não é bagunça, é direito constitucional

    O Carnaval de rua de São Paulo, cidade tantas vezes chamada de túmulo do samba, despertou nos últimos dez anos. Antes acanhada, a festa viu o número de blocos e foliões se multiplicar —e o interesse de patrocinadores aumentou, como também cresceram os conflitos com moradores e episódios de repressão policial.

    Guilherme Varella foi um dos coordenadores da política para o Carnaval de rua de São Paulo desenhada a partir de 2013, na gestão Fernando Haddad (PT). Em sua tese de doutorado, agora publicada em livro, ele analisa as balizas, as disputas e os resultados dessa política pública.

    Hoje professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Varella propõe em "Direito à Folia" que a ocupação de ruas e espaços públicos por blocos é um direito constitucional, que deve ser viabilizado pelo Estado, não domesticado ou reprimido.

    Neste episódio, ele fala sobre os significados históricos e políticos do Carnaval de rua e discute algumas das tensões que cercam essa manifestação cultural, como o crescimento dos megablocos e as ameaças representadas pela "ambevização", do seu ponto de vista, à preservação do espírito transgressor do Carnaval.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRFebruary 03, 2024

    Christian Dunker: Psicanálise deve descer do pedestal para dialogar com críticos

    Christian Dunker: Psicanálise deve descer do pedestal para dialogar com críticos

    No ano passado, houve uma reação intensa ao enquadramento da psicanálise como pseudociência em "Que Bobagem!", livro de Natalia Pasternak e Carlos Orsi.

    A contenda motivou Christian Dunker, professor da USP, e Gilson Iannini, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a escrever o livro-resposta "Ciência Pouca É Bobagem: Por Que a Psicanálise Não É Pseudociência", publicado em dezembro.

    O trabalho parte das críticas à psicanálise que vieram à tona para discutir, de forma mais ampla, a cientificidade e a eficácia do campo psicanalítico.

    Dunker e Iannini investem em três frentes para se contrapor à conceituação da psicanálise como pseudociência. Os autores apresentam evidências para sustentar que a psicanálise tem resultados clínicos, afirmam que uma crença estreita no cientificismo guia parte dos críticos e defendem que as bobagens, vistas como expressões sem significado em outras áreas do conhecimento, são essenciais na escuta psicanalítica.

    Dunker, convidado deste episódio, não faz, por outro lado, uma defesa cega de seus colegas: em sua avaliação, psicanalistas brasileiros se acostumaram a habitar um condomínio elitista, se recusam a dialogar com profissionais de outros campos e justificar suas práticas e precisam descer do pedestal para enfrentar a transformação que a psicanálise deve sofrer nos próximos anos.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRJanuary 20, 2024

    Rodrigo Nunes: Política pode ser vista como ecologia

    Rodrigo Nunes: Política pode ser vista como ecologia

    Rodrigo Nunes, professor da Universidade de Essex, no Reino Unido, se debruça em seu livro mais recente sobre os grandes dilemas da organização política, que tem oscilado, nas últimas décadas, entre perspectivas mais verticais ou mais horizontais, mais ou menos centralizadas, mais hierarquizadas ou mais autonomistas.

    Em "Nem Vertical Nem Horizontal", o autor defende que não faz sentido pensar em uma forma ideal de mobilização política: as dinâmicas de organização são contingentes historicamente e, para Nunes, a transformação social depende da articulação de atores políticos com escalas de ação, estratégias e objetivos diversos, muitas vezes conflitivos.

    Neste episódio, o pesquisador discute as linhas gerais do argumento da obra, publicada originalmente em 2021, como a ideia de que a organização está em toda parte e que a política pode ser entendida como uma ecologia —uma trama que faz com que todos os sujeitos políticos sejam interdependentes e que nenhum deles consiga olhar a realidade social de fora dela.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRDecember 09, 2023

    Autora fala de livro sobre Mengele, nazista que se escondeu no Brasil

    Autora fala de livro sobre Mengele, nazista que se escondeu no Brasil

    Josef Mengele, médico que torturou e matou milhares de pessoas em Auschwitz, levou uma vida pacata no Brasil nos anos 1960 e 1970.

    Depois da queda de Hitler, Mengele se instalou na Argentina de Perón, fugiu em seguida para o Paraguai e, por fim, chegou ao Brasil, onde contou com uma rede de amigos leais para protegê-lo e alguns golpes de sorte que evitaram que fosse capturado.

    Sua identidade foi preservada mesmo depois da sua morte. Mengele se afogou em uma praia em Bertioga em 1979 e foi enterrado com um nome falso em Embu das Artes. A história do fugitivo nazista no Brasil só foi descoberta seis anos depois, causando furor no país e no exterior.

    Betina Anton, jornalista da Globo e autora de "Baviera Tropical", tinha seis anos quando a sua professora não apareceu mais na escola. Anton descobriu, anos depois, que ela havia sido uma das responsáveis por dar guarida a Mengele, e desse entrecruzamento surgiu a ideia de esquadrinhar os anos do médico nazista no Brasil.

    Neste episódio, a autora fala sobre as fontes de pesquisa de seu livro, os experimentos de Mengele com prisioneiros do campo de concentração e os riscos da extrema direita e de ideologias racistas, que ainda persistem.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Laila Mouallem

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    pt-BRNovember 25, 2023

    Marcelo Medeiros: Desigualdade de gênero e raça vai muito além de questão identitária

    Marcelo Medeiros: Desigualdade de gênero e raça vai muito além de questão identitária

    Marcelo Medeiros, professor visitante na Universidade Columbia, em Nova York, defende que toda política deve ser uma política de combate à desigualdade.

    Em "Os Ricos e os Pobres", o pesquisador expõe alguns contornos da gigantesca concentração de renda do Brasil: os 5% mais ricos da população se apropriam de metade do crescimento econômico do país, enquanto as pessoas entre os 50% mais pobres vivem com menos de R$ 30 por dia.

    No livro, o economista e sociólogo também aponta que os 80% mais pobres da população brasileira compõem um universo relativamente igualitário, enquanto o grupo dos mais ricos é muito heterogêneo, com grandes variações de renda.

    Neste episódio, Medeiros diz que não existe panaceia para reduzir os níveis de desigualdade no Brasil. Em sua avaliação, esse processo, de longo prazo, requer uma mobilização política de envergadura e vai esbarrar em resistências de grupos organizados.

    O pesquisador também discute a sobreposição de desigualdades de gênero, raça e renda no Brasil e afirma que tratar a discriminação de negros e mulheres no mercado de trabalho a partir da noção de política identitária é uma bobagem.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Laila Mouallem

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRNovember 11, 2023

    Larissa Bombardi: Agrotóxicos criam colonialismo que chega às células

    Larissa Bombardi: Agrotóxicos criam colonialismo que chega às células

    A agricultura deixou de ser um sinônimo de produção de alimentos há algumas décadas, desde que corporações globais passaram a dominar o setor, diz a professora da USP Larissa Bombardi.

    Para a pesquisadora, a massificação do uso de agrotóxicos cria um novo tipo de violência, agora por meio de moléculas que alcançam as células de humanos e outros animais e provocam danos à saúde e ao meio ambiente.

    Em "Agrotóxicos e Colonialismo Químico", Bombardi discute o duplo padrão de países europeus, que permitem a exportação de agrotóxicos banidos em seus territórios, o que, para ela, molda uma geografia do abismo, permitindo que empresas químicas da Europa faturem bilhões com a venda de seus produtos para países periféricos.

    Neste episódio, a geógrafa afirma que as mulheres estão entre as mais afetadas pelo uso de agrotóxicos e, ao mesmo tempo, são protagonistas em movimentos de denúncia desse modelo de produção e em experiências de agroecologia.

    Bombardi também falou sobre a liberação de agrotóxicos durante o governo Bolsonaro (PL) e das intimidações que a fizeram deixar o Brasil.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BROctober 21, 2023

    Flavia Rios: STF branco reflete racismo estrutural do Brasil

    Flavia Rios: STF branco reflete racismo estrutural do Brasil

    Branquitude, democracia racial, interseccionalidade, mestiçagem, raça —os termos usados no debate étnico-racial são complexos, têm histórias longas e podem ser objeto de interpretações disputadas.

    Para ajudar leitores interessados a navegar por esse universo, Flavia Rios, Marcio André dos Santos e Alex Ratts organizaram o recém-publicado "Dicionário das Relações Étnico-raciais Contemporâneas".

    O livro tem 55 verbetes, escritos por mais de 70 especialistas, que dão uma visão geral da trajetória acadêmica de cada expressão, seus principais autores e as críticas mais comuns que recebem.

    Convidada deste episódio, Rios discute o conceito de identidade, um dos termos mais controversos do debate atual, e diz estar convencida que o racismo pode ser entendido como estrutural no Brasil —em contraposição à interpretação de Muniz Sodré— e que a composição majoritariamente branca do STF é um sintoma desse fenômeno.

    Para ela, Lula erra ao criar obstáculos à indicação de uma mulher negra à corte e perde a chance de acompanhar o debate global sobre a representação de grupos radicalizados em instâncias de poder.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRSeptember 30, 2023

    Bruno Paes Manso: Periferias criaram governo de baixo para cima com facções e igrejas

    Bruno Paes Manso: Periferias criaram governo de baixo para cima com facções e igrejas

    Um homicídio em 1993 deu origem a conflitos que resultaram em 156 mortes em cinco anos. Esse dado, incluído em "A Fé e o Fuzil", de Bruno Paes Manso, sintetiza o cenário de violência nas periferias de São Paulo na época: um assassinato levava a ciclos de vingança intermináveis, produzindo um efeito bola de neve.

    A situação, que parecia não ter saída, foi pouco a pouco se distensionando. Não de cima para baixo, a partir das polícias ou da Justiça, mas principalmente de baixo para cima, argumenta o jornalista em seu livro recém-lançado.

    Manso chama a atenção para o novo sistema de valores difundido por igrejas pentecostais e por facções criminosas e afirma que a reprogramação de mentes por meio da conversão permitiu que o Brasil popular das periferias inventasse mecanismos para se governar.

    Neste episódio, o autor diz que a onda pentecostal recorre à imagem do Deus vingativo do Antigo Testamento e impulsiona discursos de batalha espiritual e perseguição a infiéis, em que a pretensa guerra do bem contra o mal logo passa a influenciar os rumos da política nacional.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRSeptember 16, 2023

    Gabriela Leal: Grafitti não é tinta no muro, é reinvenção da cidade

    Gabriela Leal: Grafitti não é tinta no muro, é reinvenção da cidade

    O grafitti —uma das expressões da cultura hip-hop, que completa 50 anos— é muito mais que tinta no muro, diz a antropóloga Gabriela Leal.

    Autora de uma dissertação de mestrado sobre os usos do espaço urbano no universo da arte de rua, ela afirma que o grafitti é uma maneira de existir nas cidades, que molda como seus praticantes concebem o mundo e se enxergam nele.

    A pesquisa, agora editada no livro "Cidade: Modos de Ler, Usar e se Apropriar", descreve os princípios éticos e morais que regem a cena do grafitti em São Paulo.

    Leal também registra as relações entre os praticantes e seus espaços de socialização na cidade, apontando como o conhecimento é transmitido entre as gerações e como os iniciantes se formam e constroem sua reputação.

    Neste episódio, a pesquisadora discute como uma distinção entre arte e vandalismo passou a estruturar os discursos e as leis sobre o grafitti e a pixação e explora algumas das contradições que os grafiteiros enfrentam ao tentar se inserir no mercado de arte, um movimento que vem se intensificando nas últimas décadas.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

    Ouça o novo podcast da Folha, Caso das 10 mil

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRSeptember 02, 2023

    Antônio Bispo: Estado e partidos são colonialistas

    Antônio Bispo: Estado e partidos são colonialistas

    O pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos buscou no Gênesis o documento de fundação da humanidade eurocristã. Para ele, ao apartar os humanos da natureza e criar a imagem de um Deus terrorista, a Bíblia deu origem à cosmofobia, um regime monoteísta em que só cabe um modo de existir no mundo.

    Essa impossibilidade de relacionamento orgânico com outras vidas, ele diz, é o pilar do colonialismo e explica a perseguição aos povos tradicionais, que se veem como criaturas da natureza e não têm a pretensão de se tornar criadores de um mundo sintético.

    Bispo apresenta, em "A Terra Dá, a Terra Quer", sua crítica ao pensamento decolonial e defende que o Estado, os partidos políticos e os sindicatos carregam o colonialismo em suas estruturas e que, por isso, os governos reproduzem essa lógica, sejam de direita, sejam de esquerda.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRAugust 19, 2023

    Rosane Svartman: O presente e o futuro das novelas

    Rosane Svartman: O presente e o futuro das novelas

    As telenovelas não só sobreviveram às mudanças tecnológicas, mas também são a melhor aposta para o futuro do audiovisual brasileiro. É o que argumenta Rosane Svartman, autora da novela "Vai na Fé", um dos maiores sucessos recentes da TV Globo, que levou à telinha uma protagonista evangélica.

    Além de trabalhar como criadora, Svartman também tem um trabalho como pesquisadora. Ela acaba de publicar "A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira" (ed. Cobogó), fruto da pesquisa de doutorado dela na UFF (Universidade Federal Fluminense).

    Na obra, Svartman explica as matrizes do gênero, conta como funciona a criação de uma história do tipo nos bastidores —e analisa como fica a novela com as transformações recentes do mercado audiovisual.

    Convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (5), Svartman discute ainda o que as novelas brasileiras têm de particular, analisa a influência delas nos debates da sociedade e projeta qual será o papel dessas narrativas no futuro. 

    • Produção e apresentação: Maurício Meireles
    • Edição de som : Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRAugust 05, 2023

    Adriana Abujamra: Arqueóloga revolucionou a região da Serra da Capivara

    Adriana Abujamra: Arqueóloga revolucionou a região da Serra da Capivara

    A arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, que recentemente completou 90 anos de idade, é a grande responsável pelo projeto que transformou a Serra da Capivara em parque nacional, e promoveu mudanças drásticas na vida da população que habitava a região.

    Para contar essa história, a jornalista Adriana Abujamra viajou ao sertão do Piauí, onde conversou com a arqueóloga e com muitos dos outros personagens envolvidos no processo de construção do patrimônio cultural. Os relatos se somam à pesquisa de Adriana, convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (22), no livro "Niéde Guidon: uma arqueóloga no sertão", da editora Rosa dos Tempos.

    Foi a partir dos anos 1970 que Niéde pôde ver de perto as pinturas rupestres e iniciar os trabalhos de escavação que, de tão surpreendentes, colocaram em dúvida a teoria corrente sobre a origem do homem nas Américas. A questão permanece um impasse científico entre especialistas.

    Os sertanejos que ocupavam o local têm uma relação complexa com a arqueóloga. Alguns foram removidos de suas terras, e a culpam por isso, outros puderam ficar e veem nela o esforço contínuo por melhorar as condições de vida na Serra da Capivara.

    • Produção e apresentação: Caio Sens
    • Edição de som: Raphael Concli

    Os áudios usados na entrevista foram gravados por Adriana Abujamra e cedidos ao podcast.

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRJuly 22, 2023

    Roberto Andrés: Junho de 2013 tornou passe livre um debate real

    Roberto Andrés: Junho de 2013 tornou passe livre um debate real

    O Ilustríssima Conversa volta ao debate sobre os 10 anos de Junho de 2013. O convidado do episódio deste sábado (8), o urbanista Roberto Andrés, acaba de lançar o livro "A Razão dos Centavos - Crise Urbana, Vida Democrática e as Revoltas de 2013" (ed. Zahar).

    Em um panorama amplo que vai do período imperial ao terceiro mandato de Lula, Andrés mostra como a urbanização descontrolada e os problemas de transporte público intensificam a desigualdade e estimularam revoltas ao longo da história.

    Professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Andrés realça em sua pesquisa o vínculo central da crise urbana com Junho de 2013, embora os protestos tenham depois sido associados a uma vasta gama de pautas e reivindicações.

    Como legado positivo dos atos, ele destaca que a ideia da tarifa zero para o transporte público deixou de ser um sonho para se tornar um debate possível, encampado até por prefeitos de fora da esquerda. Por outro lado, o autor pondera que a agenda urbana continua sem receber a devida atenção por parte do governo federal.

    • Produção e apresentação: Marco Rodrigo Almeida
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRJuly 08, 2023

    Como Oswald de Andrade conheceu Vinicius de Moraes fugindo da guerra

    Como Oswald de Andrade conheceu Vinicius de Moraes fugindo da guerra

    Em 1939, o poeta, escritor e polemista Oswald de Andrade, um dos expoentes da Semana de Arte Moderna de 1922, foi à Europa representar o Brasil num congresso literário. Àquela altura, ele e sua então mulher, a poeta Julieta Barbara Guerrini, tinham decidido passar uma temporada no Rio de Janeiro.

    O casal partiu da Praça Mauá rumo a Londres, de onde iriam para Estocolmo, onde encontrariam escritores de diversos países. O que os dois não esperavam é que as tropas de Hitler fossem invadir a Polônia, dando início ao que seria a Segunda Guerra Mundial.

    O escritor, pesquisador e também músico carioca Mariano Marovatto, convidado do podcast Ilustríssima Conversa deste sábado (24), conta as peripécias de Oswald e Julieta na Europa em seu recém-lançado "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" (editora Todavia).

    O fundamental naquele momento era dar um jeito de retornar ao Brasil. A melhor opção era tentar ir para Portugal, país que havia se declarado neutro. O casal passou por boas aventuras antes de conseguir chegar a Lisboa –entre elas, uma movimentada viagem a bordo de uma ambulância. Na capital portuguesa, entre outros episódios, o livro narra o encontro de Oswald com o jovem poeta carioca Vinicius de Moraes.

    • Produção e apresentação: Marcos Augusto Gonçalves
    • Edição de som: Raphael Concli

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRJune 24, 2023

    Mauricio Stycer: O Homem do Sapato Branco e o sensacionalismo na TV

    Mauricio Stycer: O Homem do Sapato Branco e o sensacionalismo na TV

    Jacinto Figueira Júnior, conhecido como o Homem do Sapato Branco, foi um dos precursores do sensacionalismo na TV brasileira, com programas que apelavam a crimes, barracos de vizinho e confusões na rua.

    O personagem é o tema do livro "O Homem do Sapato Branco: A Vida do Inventor do Mundo Cão na Televisão Brasileira" (ed. Todavia), do jornalista, crítico de TV e colunista da Folha Mauricio Stycer, que é o convidado do Ilustríssima Conversa deste sábado (10).

    "Sempre me interessaram as ondas de sensacionalismo na história da TV brasileira", diz Stycer. "Em diferentes momentos, há um excesso de apelação e, depois, um refluxo."

    Escolheu Jacinto porque, a partir da trajetória dele, é possível ver como esse tipo de programa se estabeleceu no país.

    Entre os anos 1960 e os anos 1990, com intervalos e um período de ostracismo no meio, o apresentador teve várias encarnações na TV, dos primórdios da TV Cultura —que ainda tinha Assis Chateaubriand como dono— aos primeiros passos da TV Globo e do SBT.

    O apresentador até promoveu inovações na TV ao trazer para o debate público assuntos que não eram retratados ou ao mostrar o que acontecia nas ruas, mesmo com câmeras difíceis de tirar do estúdio. Mas também deixou heranças problemáticas, que podem ser vistas no trabalho de herdeiros atuando hoje na televisão.

    Na entrevista ao Ilustríssima Conversa, Stycer conta a trajetória do Homem do Sapato Branco, discute os problemas dos programas sensacionalistas na TV e analisa os dilemas da mistura entre jornalismo e entretenimento. O autor também discute a moda das produções sobre crimes reais, as questões éticas envolvidas na exposição da violência –e como fica o trabalho da crítica de TV no meio disso.

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRJune 10, 2023

    Angela Alonso: País perdeu chance de isolar direita autoritária em 2013

    Angela Alonso: País perdeu chance de isolar direita autoritária em 2013

    Não basta olhar as Jornadas de Junho de 2013 como a origem de sucessivas crises políticas que o Brasil viveu depois delas. Para entender os protestos que explodiram dez anos atrás, é preciso avaliá-los como uma consequência —e analisar as causas que levaram à sua eclosão.

    É essa a espinha dorsal do novo livro de Angela Alonso, professora de sociologia de USP e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), que também é colunista Folha.

    Alonso é a convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (27).

    Em "Treze - A Política de Rua de Lula a Dilma" (Companhia das Letras), ela analisa as transformações que a chegada do PT ao poder provocou na política de rua, com movimentos à esquerda e à direita começando a articular uma crítica ao governo.

    Alonso mapeia os grupos que passaram a se organizar e também os principais conflitos que se desenrolavam na sociedade brasileira desde o começo das gestões petistas, de pautas econômicas a questões morais.

    A socióloga sustenta que o governo de Dilma Rousseff e analistas políticos falharam em identificar os movimentos de direita nas ruas e reconhecê-los como atores políticos legítimos. Essa dificuldade impediu que esses grupos fossem levados à mesa de negociação e tivessem suas demandas ouvidas

    "Como a interpretação dominante é que eram protestos à esquerda, a resposta governamental também foi à esquerda", afirma ela. "Se esses movimentos tivessem sido ouvidos, teria havido a possibilidade de trazer os mais liberais ou conservadores democráticos para o jogo político-institucional de maneira mais efetiva, em vez de ficarem misturados aos movimentos autoritários, que eram minoria. Há ali uma chance perdida de isolar a parte autoritária da rua."

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRMay 27, 2023

    Fernando Limongi: Estamos pagando a conta do impeachment de Dilma

    Fernando Limongi: Estamos pagando a conta do impeachment de Dilma

    Para afastar um presidente, apenas a vontade da oposição não basta. Afinal, é preciso dois terços dos votos dos parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado.

    A perda de apoio dos congressistas foi central para a queda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Por isso, para entender o processo de impeachment dela, é necessário compreender como a base parlamentar que a petista herdou de Lula implodiu. E como, na hora decisiva, aliados se voltaram contra ela. 

    O derretimento dessa coalizão é o eixo central do livro “Operação Impeachment - Dilma Rousseff e o Brasil da Lava Jato” (ed. Todavia), escrito pelo cientista político Fernando Limongi, que é professor da USP e da FGV. Ele é o convidado do Ilustríssima Conversa deste sábado (13). 

    Na obra, Limongi lembra como a aliança de partidos liderada pelo PT governou o Brasil desde a primeira eleição de Lula —e sustenta que a união não tinha nada de frágil.

    Para explicar o desmonte dessa base, o cientista político volta ao começo do primeiro mandato de Dilma, quando a presidente fez trocas em ministérios e mudanças na diretoria da Petrobras, abraçando o discurso anticorrupção.

    Na entrevista ao podcast, Limongi analisa as consequências dessa escolha de Dilma e como a atuação da Lava Jato contribuiu para a queda dela.

    O cientista político defende que Dilma e o PT foram as cargas lançadas ao mar para salvar a embarcação –ou seja, o impeachment seria uma tentativa da classe política de se proteger das investigações do Ministério Público.

    Mas ele aponta que, enquanto o PT conseguiu sobreviver como alternativa eleitoral, os partidos que encamparam o impeachment foram os principais prejudicados pelos impactos do processo no sistema político. 

    "A direita ou centro-direita foi a principal vítima. Tem um lado paradoxal, eles acabaram se matando ali. O Aécio Neves (PSDB-MG) é um símbolo disso", afirma Limongi, acrescentando ver danos desse processo para o bom funcionamento do sistema político hoje. "O impeachment foi uma investida de tolos que acabou prejudicando a todos. Quem está pagando a conta somos nós."

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    Ilustríssima Conversa
    pt-BRMay 12, 2023
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